O estudo Lixão da Estrutural – Panorama e Usos Futuros apresentou um diagnóstico de contaminação e propostas de usos da área do antigo aterro sanitário na Estrutural. O levantamento servirá de subsídio para o Governo do Distrito Federal (GDF) na solução de uma destinação final para a região. A análise foi apresentada pela Secretaria do Meio Ambiente e Proteção Animal (Sema) nesta sexta-feira (14) para representantes do governo, órgãos de controle e organizações da sociedade.
De acordo com o subsecretário de Gestão da Água e Resíduos Sólidos, Glauco Amorim, algumas ações já estão sendo feitas para minimizar os impactos do chorume da região. “Já fizemos um trabalho de fitorremediação, que é o plantio de espécies que atuam na recuperação do solo, e também barreiras de plantio de eucalipto para mitigar a questão de pulsão de ar, e além disso, tem o tratamento do próprio chorume. Agora, no espaço só recebemos resíduos da construção civil, que é inerte e não causa tantos danos ambientais”, explica Amorim.
O subsecretário destacou que o GDF criou um grupo de trabalho para analisar o assunto: “Vamos discutir o uso da área e qual vai ser a destinação dela. Pretendemos dialogar baseado nas propostas apresentadas nesse estudo.”
A coordenadora do CITinova, projeto de cooperação internacional, coordenado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) que realizou a pesquisa, Nazaré Soares, destaca a importância do material. “Agora temos um diagnóstico completo e oficial sobre a área em que funcionava o antigo aterro e o projeto CITinova ajudou o governo com isso, o estudo permitirá a tomada de decisões baseadas nele”, afirma.
O resultado do diagnóstico ambiental na poligonal do Lixão da Estrutural e adjacências constatou que, apesar de a área ter sido repositório de resíduos sólidos de todo o DF por quase 60 anos sem os devidos cuidados protetivos, os passivos ambientais apresentam menor gravidade do que o esperado no início da realização dos estudos.
Gestão integrada de resíduos sólidos
Para o secretário do Meio Ambiente e Proteção Animal, Gutemberg Gomes, é preciso uma ação integrada de resíduos sólidos com vários órgãos do GDF e com a sociedade, trabalhando em prol de uma coleta seletiva solidária, para diminuir a quantidade do lixo aterrado e evitar que novas áreas como a do antigo lixão volte a surgir.
“Temos um desafio enorme, precisamos ampliar a coleta seletiva para diminuir o impacto ambiental no aterro, precisamos pensar em uma maneira de não aterrar tanto. Com a separação correta dos resíduos, fazemos a política social com os catadores e fazemos a economia circular, o que, para a sociedade, é altamente benéfico. O que era lixo, não é mais, vira resíduo e produz economia, que melhora a vida dos catadores, familiares e das pessoas que vivem em torno daquela região”, acredita o secretário.
Para a catadora de materiais recicláveis e presidente da Central das Cooperativas de Materiais Recicláveis do DF (Centcoop), Aline Sousa, o desafio maior é engajar a sociedade nas ações de coleta seletiva “e estimular e conscientizar para a segregação e destinação correta dos resíduos para que os materiais recicláveis possam ter outro percurso, diferente do que é hoje. Eles (os recicláveis) geram trabalho e renda para milhares de pessoas e um impacto positivo na qualidade de vida.”
A Centcoop atua no Complexo Integrado de Reciclagem do DF. O espaço, que ocupa uma área de 80 mil m² na Cidade Estrutural, é um dos mais modernos equipamentos públicos para reciclagem de resíduos do país.
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