O senador Eduardo Girão (Novo-CE) afirmou, em pronunciamento na terça-feira (11), que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e seu partido têm agido de maneira “incoerente” desde a campanha eleitoral. Para o parlamentar, um exemplo disso está no tratamento dado a manifestações populares no passado e a “prisão injusta de centenas de brasileiros e brasileiras inocentes” após atos de vandalismo no dia 8 de janeiro em Brasília.
— Em 2017, quando 700 ônibus chegaram em Brasília trazendo manifestantes que invadiram e depredaram quatro ministérios, provocando até incêndios, em protestos contra o governo Temer, o PT defendeu os direitos humanos dos manifestantes. Direitos humanos seletivos para a turma deles, mas agora, enquanto pais e mães de família que no dia 8 de janeiro portavam apenas a bandeira do Brasil, são taxados como terroristas.
O parlamentar citou ainda o fato de Lula ter enviado, durante a campanha eleitoral, uma carta aos cristãos se posicionando contra o aborto e a favor da família. Porém, segundo Girão, logo nos primeiros meses de governo, o presidente retirou o Brasil do Consenso de Genebra e revogou portaria que obrigava os serviços de saúde a comunicarem casos de aborto decorrentes de estupro às autoridades policiais.
— Nessa carta aos cristãos, ele se posiciona contra a legalização das drogas, que é um dos maiores fatores de devastação, de destruição da família. Mas, assim que assume o poder, meses depois, ele nomeia como ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar o Paulo Teixeira, que, como deputado, foi sempre o mais ardoroso defensor da legalização da maconha no Brasil.
Para o senador, outra incoerência do governo foi acabar com a Secretaria Nacional de Cuidados e Prevenção às Drogas (Senapred) e autorizar o ministro dos Direitos Humanos a defender abertamente a legalização das drogas como forma de “diminuir a população carcerária”.
Girão também criticou decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que, atendendo a pedido do PT, “proibiu a divulgação da amizade de Lula com ditadores sanguinários, como Nicolás Maduro, da Venezuela, e Daniel Ortega, da Nicarágua” durante a campanha.
O parlamentar ainda citou o caso da presidente Nacional do PT, Gleisi Hoffmann, que teria sido questionada sobre a nomeação de Wadih Damous para o cargo de Secretário Nacional do Consumidor. Segundo Girão, o ex-deputado já defendeu publicamente o fechamento do Supremo Tribunal Federal (STF).
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