Quinta, 28 de Novembro de 2024 05:52
1147064020
Geral Meio Ambiente

Brasília: uma cidade sustentável modelo para outras capitais do país

Com investimentos internacionais, DF se destaca nas ações de sustentabilidade implementadas nos últimos anos

30/06/2023 16h16
Por: Jornal Alternativa Fonte: Agência Brasília
Agência Brasília
Agência Brasília

O Distrito Federal avança cada vez mais nas ações de políticas públicas inclusivas, participativas e sustentáveis. O cenário na capital federal atraiu, inclusive, ações internacionais de financiamento para promover o planejamento urbano sustentável, como é o caso do CITinova. Na manhã desta sexta-feira (30), foram apresentadas as atividades de sustentabilidade desenvolvidas pelo projeto no DF. O evento ocorreu, pela primeira vez, na cidade e foi organizado em parceria entre o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), a Secretaria do Meio Ambiente e Proteção Animal do Distrito Federal (Sema) e o Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE).

O CITinova é um projeto de cooperação internacional, coordenado pelo MCTI, que já destinou ao DF, por meio da Sema, investimentos da ordem de R$ 35 milhões do Fundo Global do Meio Ambiente (GEF, na sigla em inglês).

Por meio do CITinova, o GDF teve investimentos de R$ 35 milhões para ações sustentáveis | Fotos: Lúcio Bernardo Jr./ Agência Brasília
Por meio do CITinova, o GDF teve investimentos de R$ 35 milhões para ações sustentáveis | Fotos: Lúcio Bernardo Jr./ Agência Brasília

“Pretendemos fazer de Brasília um exemplo de cidade sustentável com efeito replicável em muitas cidades do país e da região. Durante a visita de campo, ficamos felizes em ver a forte liderança do DF neste projeto e o uso inovador da tecnologia digital no apoio ao planejamento urbano inclusivo e atento às questões climáticas”, defendeu o líder do programa Cidades Sustentáveis do GEF, Aloke Barnwal.

Por meio do financiamento, o Governo do Distrito Federal (GDF) teve acesso a dados, metodologias e ferramentas para investir em tecnologias inovadoras, promover o planejamento urbano sustentável e integrado e desenvolver plataformas de conhecimento, com indicadores e bases de dados de soluções inovadoras.

“Desde 2018 o projeto CITinova permitiu uma ação mais contundente e objetiva por parte da Sema para atuar na busca de soluções e na implementação de inovações para vencer os entraves do planejamento e em busca de ações que possam ser escaladas de forma a ampliar a eficiência das políticas públicas no governo”, afirmou o titular da Sema, Gutemberg Gomes.

Secretário de Meio Ambiente do DF, Gutemberg Gomes ressalta que o GDF deu contrapartidas à confiança internacional do Fundo Global do Meio Ambiente
Secretário de Meio Ambiente do DF, Gutemberg Gomes ressalta que o GDF deu contrapartidas à confiança internacional do Fundo Global do Meio Ambiente

Para que o GEF pudesse investir no DF, um dos compromissos era que o governo disponibilizasse recursos de contrapartida para dar continuidade aos projetos. O GDF cumpriu integralmente com o acordo, aportando R$ 314 milhões, entre 2017 e 2022, por meio da Companhia de Saneamento Ambiental do DF (Caesb) e do Serviço de Limpeza Urbana (SLU).

Com o financiamento internacional, o GDF pôde avançar em ações contra as mudanças climáticas e em iniciativas para proteção da biodiversidade por meio de 12 estudos e planos desenvolvidos que subsidiaram os gestores da criação de políticas públicas sustentáveis urbanas.

“Com esse recurso, fizemos um estudo muito grande e completo a respeito do antigo lixão, que hoje é a Unidade de Recebimento de Entulho de Estrutural [URE]. Demos a contrapartida do que foi estudado e vamos tratar aquele passivo ambiental, que é o chorume. A ideia é que a gente encaminhe esse chorume para a estação de tratamento no aterro sanitário para tratar e devolver ao meio ambiente”, explicou o diretor-presidente do SLU, Silvio Vieira.

“É estratégico para o GEF apoiar o Brasil por meio do programa Cidades Sustentáveis por ser um país altamente urbanizado com maior biodiversidade do mundo. Brasília está mostrando forte liderança em clima e natureza”Aloke Barnwal, líder do programa Cidades Sustentáveis do GEF

Com a doação do GEF, também foi instalada a primeira usina fotovoltaica pública do país que promete abastecer 46 prédios públicos e ações de proteção das bacias do Descoberto e do Paranoá foram implementadas.

“Competia a nós fazer a preservação das bacias do Descoberto e do Paranoá com ações visando à preservação ambiental e à proteção das áreas mananciais. Também estamos com ações a serem desenvolvidas de educação ambiental para comunidades rurais ao redor dessas bacias sobre boas práticas e como manter árvores nativas para proteger o Descoberto”, destacou o presidente da Caesb, Pedro Cardoso.

GEF

Presidente do SLU, Silvio Vieira: “Com esse recurso, fizemos um estudo muito grande e completo a respeito do antigo lixão, que hoje é a Unidade de Recebimento de Entulho de Estrutural”
Presidente do SLU, Silvio Vieira: “Com esse recurso, fizemos um estudo muito grande e completo a respeito do antigo lixão, que hoje é a Unidade de Recebimento de Entulho de Estrutural”

O GEF é o mais antigo e um dos mais importantes fundos de financiamento do setor ambiental do mundo. A iniciativa de cooperação internacional reúne atualmente 183 países e trabalha com instituições de todo o mundo, organizações da sociedade civil e setor privado. Foi estabelecido em 1991 como um programa piloto de US$ 1 bilhão do Banco Mundial para apoiar a proteção do meio ambiente global e promover o desenvolvimento sustentável. Desde o início, o fundo já destinou mais de US$ 13 bilhões para cerca de 4 mil projetos em mais de 150 países, incluindo o Brasil.

“É estratégico para o GEF apoiar o Brasil por meio do programa Cidades Sustentáveis, por ser um país altamente urbanizado com maior biodiversidade do mundo. Brasília está mostrando forte liderança em clima e natureza e, portanto, selecionamos a cidade para potencializar esse trabalho”, pontuou Aloke Barnwal.

A secretária de Políticas e Programas Estratégicos do MCTI , Márcia Barbosa, lembrou que um dos objetivos do projeto é conversar com a comunidade para propor políticas públicas adequadas. “A parceria é ir às cidades e conversar com os gestores e a comunidade e, a partir daí, desenhar estratégias que estão em consonância com o que a população quer. É um desenho coletivo num processo interativo. Criam-se produtos de políticas e ações concretas”, defendeu.

Outras ações

O financiamento permitiu que outras iniciativas fossem desenvolvidas no âmbito do DF, como:

? Implementação do Sistema Distrital de Informações Ambientais (Sisdia) utilizado por 23 secretarias e agências do DF para o planejamento, licenciamento e monitoramento do uso do solo. O sistema disponibiliza 354 geosserviços, como o georreferenciamento dos sistemas de energia, de abastecimento de água, estradas e iluminação pública. De maio de 2021 a maio de 2023, o Sisdia recebeu 1.418.630 acessos;

? Consolidação da política distrital de enfrentando às mudanças do clima;

? Elaboração dos subsídios para a elegibilidade do DF para captação recursos adicionais via REDD+;

? Ações de boas práticas rurais, com destaque para o desenvolvimento de três implementos agrícolas inovadores para sistemas agroflorestais (SAFs) testado em 20 hectares, início da restauração de 80 hectares, beneficiando diretamente 107 agricultores familiares.

Nenhum comentário
500 caracteres restantes.
Comentar
Mostrar mais comentários
* O conteúdo de cada comentário é de responsabilidade de quem realizá-lo. Nos reservamos ao direito de reprovar ou eliminar comentários em desacordo com o propósito do site ou que contenham palavras ofensivas.