Os planos de saúde individuais e familiares poderão sofrer um aumento de até 9,63% em 2023, de acordo com informações divulgadas pela ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar). Esse reajuste afetará aproximadamente 8,9 milhões de beneficiários, representando cerca de 17,5% dos 50,6 milhões de consumidores de planos de assistência médica em todo o país.
O acréscimo no valor poderá ser aplicado no mês de aniversário do contrato, ou seja, no mês em que o plano foi inicialmente contratado. Para os contratos com aniversário nos meses de maio, junho e julho, será permitida a cobrança retroativa referente a esses meses. Esse aumento abrange o período compreendido entre maio de 2023 e abril de 2024.
O percentual máximo de reajuste é calculado com base em um índice de variação anual de despesas assistenciais conhecido como IVDA (Índice de Valor das Despesas Assistenciais), juntamente com a inflação acumulada no último ano. O teto de reajuste estabelecido para 2023 é menor do que o aplicado em 2022. No ano anterior, os planos de saúde sofreram o maior aumento em 22 anos, atingindo 15,5% de reajuste.
Segundo o especialista em Planos de Saúde, Hugo Victor, o prejuízo recorde registrado pelas operadoras de saúde chegou agora ao consumidor final. "Entre fraudes e pandemia, todo mundo sabia que um dia a conta ia chegar, o reajuste poderá obrigar os clientes a avaliar propostas de novas operadoras de saúde que surgem com modelo de negócio totalmente diferente do que o cliente está habituado", disse.
Para o profissional, o aumento vai fazer o cliente olhar o mercado em geral e procurar o plano que melhor o atenda. Além disso, ele acredita que devem surgir novas gigantes do setor de saúde no Brasil.
De acordo com dados da Agência Nacional de Saúde Suplementar, em março de 2023, havia, no país, 50.494.433 beneficiários em planos privados de assistência médica com ou sem odontologia. No total, também referindo-se ao mês de março de 2023, somando as operadoras médico-hospitalares com as exclusivamente odontológicas, há 925 empresas de plano de saúde com beneficiários no país.
Victor ressalta que, ao buscar um novo plano de saúde, o cliente deve estar atento às promessas milagrosas de carência zero e, principalmente, às condições diferenciadas que o corretor oferece, pois elas não existem. "Existem várias plataformas de saúde com uma superprodução de contratos e nenhuma delas tem condições diferenciadas para vendas”, diz. “Todas têm acesso ao mesmo portfólio de preços e rede e isso se estende aos corretores. Assim, o cliente muitas vezes penaliza o corretor que fala a verdade", afirma.
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