Quando uma empresa inicia um novo projeto, o resultado depende em grande parte do equilíbrio que se estabelece no ecossistema de inovação. Ou seja, é necessário que os cinco pilares de sustentação de gestão sistêmica para a inovação estejam atuando em sincronia. São eles: liderança, estratégia, cultura, gestão e processos. Ao gestor cabe identificar bloqueadores, analisando cada um dos pilares, para verificar se algum deles está efetivamente impedindo o progresso e o resultado bem-sucedido do ecossistema.
O maior risco envolvido, quando se negligencia essa análise minuciosa e não se resolve esse bloqueador a tempo, é desperdiçar todo investimento destinado ao desenvolvimento de capacidades dinâmicas. Daí a importância de assegurar que haja um perfeito alinhamento entre a estratégia da inovação e a estratégia competitiva da empresa. Estudo publicado no Journal of General Management (Sage) revela que gerentes precisam exercer uma liderança transformacional, a fim de motivar seus funcionários a se engajarem em processos de inovação aberta.
Segundo Durval Garcia, diretor de inovação da consultoria multinacional G.A.C. Brasil, na contramão das taxas de insucesso no lançamento de novos produtos ou serviços – que oscilam entre 70% e 80% – empresas que atuam e inovam de forma sustentável, acumulando um sucesso atrás do outro, se mostram mais cuidadosas com a liderança transformacional e atentas aos principais fatores de sucesso para alinhar inovação e desempenho competitivo. “Antes mesmo de se estabelecer um sistema de inovação dentro de uma empresa, é preciso elaborar um diagnóstico de inovação, uma análise holística das capacidades de inovação da empresa. Isso torna possível sustentar o processo de criação de valor”.
Garcia diz que investir na estruturação para inovação é o primeiro passo para atingir os objetivos desejados. “O alinhamento interno dos diversos setores da empresa e o engajamento dos colaboradores são fundamentais na estrutura para inovação, mas não são os únicos fatores preponderantes. Ao todo, é preciso atuar em quatro eixos centrais: oferta de inovação, entendimento do usuário/cliente, organização interna e abertura para o mercado/ecossistema externo”.
“É na etapa de organização que se estabelece como será o modelo operacional mais adequado para inovar dentro do contexto da organização e como se desenvolverá a capacidade de aprendizado da organização. Nesse ambiente, é necessário estabelecer como se dará a gestão de mudanças, a fim de que os colaboradores possam se adaptar ao novo momento da empresa e todos possam assumir seus papéis e responsabilidades dentro da equipe”, diz Garcia. “A identificação de talentos internos para a condução dos novos processos é seguida pela capacitação dos líderes. Por isso é tão importante que todos estejam sintonizados no mesmo canal, tenham o mesmo objetivo em mente”.
A partir dessa estruturação é possível lançar mão de técnicas de geração de ideias, como o brainstorming. Segundo o especialista em inovação, uma das práticas mais recomendadas é a criação de um programa interno de ideias orientado às necessidades e aberto às contribuições de todos aqueles que tiverem sugestões de inovações, sejam para melhorias ou desenvolvimento de produtos, serviços, processos e até mesmo do modelo de negócio da empresa.
Diante da importância do engajamento para o sucesso do ecossistema da inovação, o executivo da G.A.C. Brasil revela cinco dicas para estimular a contribuição dos colaboradores com novas ideias:
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