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Economia Negócios

Como superar os desafios da expansão internacional de negócios no Brasil

Mark Weil, CEO da TMF Group explica como a complexidade impacta a expansão empresas estrangeiras no país e aponta caminhos para a simplificação

05/05/2023 22h40
Por: Jornal Alternativa Fonte: Agência Dino
Foto: Reprodução
Foto: Reprodução

Em 2022, a América Latina foi classificada como a região mais complexa para se fazer negócios. Este dado foi divulgado, em 2022, pelo relatório anual GBCI (Índice Global de Complexidade Corporativa), feito pela TMF Group, empresa provedora de serviços administrativos e de conformidade especializados para ajudar clientes a investir e operar com segurança em todo o mundo. Outro dado importante que o levantamento mostrou foi que o Brasil é a jurisdição mais complexa para empresas interessadas em investir no país. 

Mesmo com desafios para empresas que querem investir e expandir seus negócios em terras brasileiras, o país segue sendo atrativo para os negócios por diversos fatores, como seus recursos naturais e a grande população (quase 216 milhões), de acordo com Mark Weil, CEO da TMF Group. “O Brasil tem muito a seu favor, por isso é um destino de investimento muito importante, mesmo com um contexto político e econômico historicamente volátil”, explica.

Esse cenário explica os desafios enfrentados pelas empresas quando pensam em expandir seus negócios para outros países. Segundo Weil, muitas vezes o desconhecimento do mercado local é o maior desafio enfrentado pelas empresas. “As leis trabalhistas diferem de país para país, por exemplo, e podem ser mais ou menos complexas. Se a empresa não tiver o conhecimento correto sobre essas leis, poderá cometer erros e ter problemas com a legislação local”, diz o CEO. “As empresas não podem assumir que o resto do mundo se pareça com o local onde elas já operam, porque, embora existam algumas áreas de padrões globais, em contabilidade há uma imensa variação local, e alguns países são fundamentalmente muito mais complexos de operar”, complementa.

Nesse sentido, o CEO explica que é muito importante tentar fazer com que os governos facilitem seus processos. “Trabalhamos para encorajar os governos, compartilhando o Índice de Complexidade (GBCI), dando-lhes feedback sobre o que os torna mais complexos, e educando e ajudando diversas empresas sobre como fazer negócios em outros países”, detalha Mark Weil. 

Digitalização 

Outro ponto de atenção para as empresas que buscam expandir seus negócios internacionalmente é a digitalização, que já foi usada de várias formas no Brasil. Weil esclarece que, para muitas empresas que atuam globalmente, isso requer adaptação em processos para satisfazer as exigências locais. “Na TMF Group temos muitos clientes que já passaram por isso, então sabemos o que precisa ser feito. No entanto, a empresa precisa estar ciente de que, embora os processos sejam digitalizados, ela terá um trabalho significativo pela frente para fazer com que seus sistemas globais atendam aos requisitos brasileiros.”, conclui o CEO.

Por ser um grupo muito distinto e complexo, o conhecimento local é fundamental para o sucesso na hora de pensar em fazer negócios no Brasil. Segundo a TMF Group, os dois principais desafios que as empresas enfrentam no mercado brasileiro estão relacionados ao sistema de governança e tributação, onde as autoridades (federais, estaduais e municipais) têm grande poder legislativo, e exigem que as incorporadoras se registrem e prestem contas nos três níveis de governo; e às frequentes alterações e reformas legislativas. 

Neste cenário, algumas dicas podem ajudar as empresas a superarem esses desafios. A primeira dica é trabalhar de perto com outras funções internas, como impostos e tesouraria, jurídico, remuneração e benefícios, e receber aconselhamento e orientação de quaisquer fornecedores de sistemas e/ou prestadores de serviços. Já a segunda dica se baseia em trazer pessoas que entendem das legislações e processos específicos no país, como um especialista interno ou fornecedor local e experiente que compreenda a complexidade da jurisdição e que tenha recursos e capacidade de responder rapidamente às mudanças que acontecem localmente.  

“Para as empresas que procuram investir na América do Sul, o Brasil continua sendo um dos principais destinos, com cerca de metade da população e da riqueza da região. Saber o que esperar e como operar em ambientes de negócios extremamente diferentes do país de origem da empresa é fundamental, e é por isso que ter um parceiro com conhecimento do território é um diferencial”, finaliza Mark Weil. 

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