De acordo com o Conselho Federal de Psicologia, a avaliação psicológica é um processo estruturado de investigação de fenômenos psicológicos, composto de métodos, técnicas e instrumentos. Também oferece informações sobre o funcionamento psicológico de um indivíduo, permitindo que a empresa planeje ações para treinar habilidades, potencializando, assim, as chances de sucesso como um todo.
A avaliação psicológica não deve considerar somente a entrega final em si, como uma meta batida ou a contratação de algum talento. Isso porque ela pode ir muito além, já que se trata de um processo dinâmico e contínuo que oferece informações que podem ser usadas para entender pessoas, identificar pontos fortes e necessidades de desenvolvimento e para elaborar um plano de ação.
Nos dias de hoje, pode-se dizer que a avaliação psicológica é usada para avaliar o potencial de desenvolvimento e desempenho de uma pessoa, bem como para diagnosticar questões comportamentais, produtividade e condições emocionais.
Fatores que a avaliação psicológica deve identificar
No cenário atual do mundo BANI (cuja sigla, em português, significa um mundo frágil, ansioso, não linear e incompreensível), é preciso deixar de lado aquele olhar arcaico que visa somente à progressão de carreira e apostar cada vez mais no crescimento pessoal e profissional, o que engloba, por exemplo, investir em saúde emocional, prevenção de acidentes, comunicação clara e liderança.
Atualmente, a avaliação psicológica não avalia somente as entregas numéricas: além do desempenho e da performance, é preciso dar atenção ao comportamento. Assim, a empresa terá mais expertise para tomar decisões assertivas e inteligentes, podendo investir melhor em capacitação, relacionamento interpessoal, realocações internas e reconhecimento de talentos.
“Hoje em dia, não basta checar se o profissional cumpriu determinada meta, precisamos enxergá-lo em sua totalidade, avaliando as competências comportamentais para pensar no que ele precisa a longo prazo para atingir os objetivos. Ou seja: o trabalho da empresa é promover insights, desenvolver, além de oferecer feedback, constância, oportunidades e boa qualidade de vida”, destaca a diretora de Produto e Operações da MAPA, Nayara Teixeira.
Alguns aspectos que a avaliação psicológica deve considerar são:
Desempenho
“O desempenho é um fator que fornece indicadores sobre como o colaborador se destaca em certas tarefas e em situações específicas. Ele pode ser avaliado por meio de testes, como os de inteligência, habilidades cognitivas, sociais e motoras. A testagem ajudará o avaliador a entender qual o nível de desempenho dessa pessoa para o cargo em questão”, endossa Nayara.
Performance
A performance também é um ponto-chave na avaliação psicológica. Afinal, ela diz da forma como o sujeito se comporta em situações específicas. Por exemplo, a performance de um indivíduo pode ser avaliada ao observá-lo em um ambiente de trabalho ou em uma sala de aula.
Essa avaliação pode ajudar a entender melhor como ele lida com as mudanças e a pressão do ambiente. Por exemplo, é possível avaliar como o indivíduo reage ao estresse e ao cansaço, identificando quais recursos ele pode usar para lidar melhor com essas questões.
Personalidade
Por último, a personalidade diz respeito às características mais profundas do indivíduo, como suas crenças, valores e modos de pensar. Conhecer a personalidade do colaborador ajudará a empresa a entender melhor como o colaborador pensa, age e se adapta a diferentes situações.
“Ao considerar o desempenho, a performance e a personalidade de um indivíduo durante uma avaliação psicológica, o RH consegue compreender melhor o sujeito e ajudá-lo a alcançar seus objetivos. Da mesma forma, essa compreensão também ajuda a empresa a identificar eventuais necessidades, como a criação de programas de desenvolvimento e treinamento personalizados”, pontua a diretora da MAPA.
Estratégias quando o assunto é avaliação psicológica
Para se destacar frente ao mercado, a organização pode investir em algumas ações.
Tecnologia
Algumas empresas já contam com processos orientados por meio de dados e softwares que geram dashboards, painel visual que contém informações, métricas e indicadores da organização, com acompanhamento das avaliações e análise individual de performance para decidir sobre promoções, sucessão, transferências e ações de desenvolvimento.
Além disso, é possível destacar as digital skills, ou seja, habilidades digitais. De acordo com uma pesquisa realizada no Reino Unido, conhecimentos como leitura e análise de dados, interação com inteligência artificial ou até o básico em robótica diminuem em 59% as chances de alguém perder o emprego.
Saúde emocional
Do mesmo modo, é preciso cuidar da saúde emocional do colaborador. De nada adianta ter resultados a curto prazo, mas uma equipe doente a longo prazo, já que isso pode trazer, em algum momento, problemas como turnover e absenteísmo, além de um alto prejuízo para a vida social do trabalhador.
Além dos programas de saúde mental, a empresa pode proporcionar treinamentos para os líderes a fim de que eles entendam o que está por trás de uma meta batida. Além disso, oferecer condições de trabalho adequadas e que possibilitem ao indivíduo o acesso à saúde e ao bem-estar no ambiente laboral.
Segurança psicológica
A empresa ainda pode investir em melhores condições de trabalho, em processos de desenvolvimento, no reconhecimento, na comunicação eficiente e no aprendizado mútuo. Tudo isso dará uma maior garantia à segurança psicológica do trabalhador.
Por fim, “uma alternativa bastante assertiva é investir nos testes de personalidade na avaliação de pessoas. Afinal, um teste de personalidade permite à empresa ter dados preditivos a fim de prevenir acidentes de trabalho e doenças ocupacionais”, finaliza Nayara.
Outros benefícios dos testes de personalidade incluem:
Em resumo, hoje em dia é possível contar com ferramentas de avaliação psicológica que ajudam a prevenir riscos e doenças e auxiliar na tomada de decisões dentro da empresa.
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