De maneira inédita, a Secretaria da Educação do Estado de São Paulo (Seduc-SP) vai apoiar estudantes dos anos finais do Ensino Fundamental (6º ao 9º ano) na recuperação de defasagens de aprendizado nas disciplinas de língua portuguesa e matemática. A partir de agosto, 200 unidades, selecionadas entre 20 Diretorias Regionais de Ensino da capital, região metropolitana e interior com resultados abaixo da média na última edição do Idesp (Índice de Desenvolvimento da Educação do Estado de São Paulo), contarão com o apoio de professores tutores com experiência em alfabetização e letramento.
Vão compor as classes multisseriadas alunos com dificuldades básicas associadas à leitura, escrita e operações matemáticas. De acordo com a resolução, publicada nesta terça-feira (25) pela Seduc-SP, as turmas terão até 15 estudantes, com carga horária de três aulas semanais e presenciais ofertadas no mesmo turno das aulas regulares.
Os estudantes serão selecionados após uma avaliação conjunta entre os professores regentes de língua portuguesa e matemática das escolas participantes do projeto e os professores tutores. Para isso, serão considerados os resultados dos alunos nas duas avaliações diagnósticas da rede estadual, o anual Saresp (Sistema de Avaliação de Rendimento Escolar do Estado de São Paulo) e a bimestral Prova Paulista. Além disso, os estudantes serão submetidos a uma prova de sondagem para identificar dificuldades específicas e níveis de aprendizagem em cada uma das duas disciplinas.
Para as aulas de tutoria, a Seduc-SP preparou um material didático impresso organizado em cinco volumes e dividido em níveis e eixos. A ideia é que duas aulas sejam dedicadas ao conteúdo dos componentes e a terceira à resolução de atividades. O desempenho nas tarefas será acompanhado de perto pelos professores tutores e registrado online na ferramenta que centraliza os indicadores da pasta. Caberá ao profissional e às escolas a checagem do progresso e da superação das defasagens desses alunos ao longo do semestre.
“É urgente recuperarmos a aprendizagem de todos os estudantes paulistas que, por qualquer motivo, não é adequada ou está defasada. Por isso, pela primeira vez, a Secretaria vai oferecer um projeto focado nos alunos dos anos finais, uma etapa decisiva da educação básica. Queremos que nossos alunos cheguem ao Ensino Médio com capacidade de aprender conceitos mais complexos e esperados à idade. Não podemos deixar nenhum estudante para trás”, explica Renato Feder, secretário da Educação de São Paulo.
Cada unidade escolar vai receber o apoio de dois professores tutores, um dedicado a turmas de língua portuguesa e outro de matemática. A contratação desses profissionais, cuja jornada docente será de 25 horas semanais, levará em conta a formação prioritária acadêmica em pedagogia ou curso normal superior e experiência em alfabetização. O objetivo é que eles adotem, durante as aulas, estratégias e práticas pedagógicas que melhorem e recuperem a aprendizagem prevista a cada idade-série.
Para atender a demanda, a Seduc-SP organiza para o mês de julho um processo seletivo exclusivo aberto a professores efetivos da rede ou com contratos temporários. A escolha inclui ainda uma etapa de entrevista dos candidatos com dirigentes regionais de ensino para checar perfil e adequação ao projeto. A expectativa é que o governo de São Paulo invista R$ 21 milhões por ano na iniciativa.
“Trata-se de um projeto de muita importância para a rede e, por isso, toda comunidade escolar precisa estar engajada. O trio de gestores deve garantir um ambiente acolhedor, motivar docentes de outras disciplinas e estudantes, além de organizar os espaços físicos e a grade horária para a realização das aulas com os professores tutores”, acrescenta Feder.
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