O monitoramento da região do fluxo no Santa Ifigênia, centro de São Paulo, implementado pela Secretaria da Segurança Pública , completa um ano em abril. Nesse período, as ações desenvolvidas pela gestão resultaram na queda dos principais indicadores criminais, como roubos e furtos, além da implementação de um trabalho em conjunto com outros órgãos governamentais focado na recuperação da área.
O diagnóstico realizado no início do ano passado foi fundamental para traçar uma estratégia de atuação, com base no monitoramento diário do local, aumento do efetivo policial e a realização de operações e a ampliação de investigações para combater o crime organizado, que se aproveitava de estrutura central para lucrar com o tráfico de drogas.
De janeiro a março de 2023, quando a gestão ainda realizava a análise da região, foram registrados 2,9 mil roubos na área das cenas abertas. No entanto, de abril a junho, nos três meses iniciais do monitoramento, foram 1,9 mil delitos, uma queda de 34%, revertendo a tendência de alta. Os furtos seguiram no mesmo caminho. De 4,8 mil crimes, passando para 3,4 mil — diminuição de 30%.
No último relatório do monitoramento realizado semanalmente, entre os dias 25 e 31 de março deste ano, foram 63 roubos e 136 furtos cometidos — redução de 60% e 49% em relação a igual período do ano passado, no início da análise.
“Houve a prisão de importantes lideranças do tráfico na região e tiramos de circulação criminosos que usavam aquela estrutura para lucrar. A queda nos crimes, nesse primeiro ano, revertendo uma tendência de alta, já indica que as medidas implementadas surtiram o efeito esperado”, destacou o secretário da Segurança Pública, Guilherme Derrite . “Agora, vamos avançar nas políticas públicas em parceria com outros órgãos para devolver a área central à população.”
Aumento de efetivo e unidades policiais
As quedas nos indicadores criminais nas cenas abertas de uso são reflexo do conjunto de ações realizadas durante toda a gestão. O efetivo policial foi reforçado com 400 novos PMs atuando nas ruas e o incremento de 700 agentes realizando a atividade delegada no entorno da área, totalizando 1,3 mil policiais.
Ao longo dos meses foram desencadeadas operações para combater o tráfico de drogas e prender criminosos que atuam no fluxo, como a Resgate e a AC35.
A gestão inaugurou três companhias da Polícia Militar, uma delas a sede própria da 3ª Companhia da Ronda Ostensiva com Apoio de Motocicletas (Rocam), do 7º Batalhão de Ações Especiais de Polícia (Baep), no bairro da Aclimação.
O investimento em tecnologia e sistemas de inteligência também foram ampliados para aumentar a capacidade de monitoramento e responder de forma mais eficiente às ocorrências.
Como resultado dos esforços, houve um aumento de 16% no número de prisões na região do fluxo em 2023. No primeiro bimestre deste ano, já foram 599 realizadas, 19% a mais do que no mesmo período do ano passado. A polícia também apreendeu 82 quilos de drogas em janeiro e fevereiro, número seis vezes maior no comparativo.
Usuários no fluxo
O uso de drogas nas cenas aberas ainda é um desafio enfrentado pela pasta. No entanto, as ações desenvolvidas desde o ano passado têm contribuído para reduzir a concentração no fluxo e melhorar a qualidade de vida de moradores e comerciantes da região, aumentando a segurança no entorno.
Uma dessas ações foi concentrar em apenas um ponto o fluxo de usuários, já que antes os usuários se espalhavam em vários pontos da região central, dificultando o trabalho da polícia. Hoje, o fluxo permanece no entorno da rua dos Protestantes.
“Ainda há um grande problema para os moradores da região, mas agora os usuários estão concentrados e isso facilita as ações de saúde e assistência social e a prevenção de crimes nos demais pontos”, disse o major Rodrigo Vilardi, da Coordenadoria de Análise Criminal e Pesquisa (CAP), da Secretaria da Segurança Pública.
A qualificação dos frequentadores do fluxo também tem sido um importante instrumento para separar quem é usuário e quem é criminoso. Até o momento, 2,9 mil pessoas foram identificadas frequentando a região, isso permite um direcionamento assertivo para as ações de saúde e de assistência social prestadas no local.
“Agora estamos documentando esses atendimentos, demonstrando a necessidade de que a gente trabalhe com medidas efetivas para que os dependentes consigam se recuperar e não fiquem voltando para o fluxo e para a situação de vício. Esse é o desafio do ano para que a gente tenha ainda mais ganhos para a população”, comentou Vilardi.
As operações realizadas constantemente na área já capturaram dezenas de fugitivos da Justiça, que usavam as cenas abertas para se esconder. Fora isso, o trabalho conjunto das Polícias Civil e Militar, com apoio da Guarda Civil, identificou centenas de frequentadores em descumprimento de medida cautelar impostas pelo Poder Judiciário. Todos os casos foram comunicados à Justiça para analisar a situação.
Treinamento
Neste ano, a SSP está promovendo um treinamento multidisciplinar para os policiais que atuam na área central, em especial, com o público que frequenta as cenas abertas de uso.
O objetivo é promover uma abordagem mais direcionada para as pessoas em situação de vulnerabilidade, com encaminhamento para os serviços disponíveis de saúde e assistência. A primeira turma, com policiais civis, militares e técnico-científicos foi finalizada em março.
Siga o canal “Governo de São Paulo” no WhatsApp:
https://bit.ly/govspnozap
Mín. 15° Máx. 24°
Mín. 14° Máx. 29°
Parcialmente nubladoMín. 17° Máx. 30°
Tempo nublado