Uma sessão especial no Plenário do Senado nesta sexta-feira (15) homenageou o engenheiro agrônomo Alysson Paolinelli (1936–2023), nos 50 anos da nomeação dele como ministro da Agricultura — cargo que ocupou entre 1974 e 1979. Senadores e convidados da sessão destacaram o espírito visionário do homenageado, especialmente em seu apoio ao trabalho da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) na aplicação da ciência para uma agricultura mais moderna e produtiva. Paolinelli foi um dos idealizadores da empresa.
Os requerimentos para a homenagem ( RQS 73/2024 e RQS 78/2024 ) foram apresentados pelos senadores Wellington Fagundes (PL-MT) e Izalci Lucas (PSDB-DF) — que também presidiu a sessão especial. Na abertura dos trabalhos, Izalci resumiu a trajetória profissional de Paolinelli, que “nunca desistiu do Brasil” e trabalhou com “ciência, persistência e competência”para realizaro protagonismodo país na produção de alimentos e na garantia da paz mundial.O parlamentar lembrou que Paolinelli tevereconhecimento internacional por seus esforços pela agricultura sustentável em terras tropicais em larga escala.
— Alysson Paolinelli tinha plena consciência do peso representado pelas desigualdades regionais e de que a má distribuição de renda não satisfazia as exigências de uma sociedade que pretendia se desenvolver. Sabia que o desenvolvimento nacional passava necessariamente pela transformação do nosso setor agropecuário. Com a Embrapa, por suas pesquisas e tecnologias, essa transformação aconteceu.
Viúva do homenageado, Marisa de Sena Gonzaga destacou a paixão de Alysson Paolinelli de ser professor e o classificou como um visionário.
— Alysson acreditava que é indispensável fazer o sonho do agro tropical ser também o sonho dos jovens urbanos, de São Paulo ou de Paris. Hoje o novo nome para este velho sonho do professor chama-se bioeconomia.
Por videoconferência, Wellington Fagundes também enalteceu o protagonismo de Paolinelli na modernização do setor agrícola como instrumento do desenvolvimento nacional.
— Ele fez uma revolução inestimável. Até os anos 70 do século passado, o país importava alimentos.
Alexandre Paolinelli, filho do ex-ministro, citou a “obstinação” de seu pai no Poder Executivo para garantir verbas para a agricultura. Ele comemorou a realização dos planos de Alysson de tirar a agroindústria do atraso.
— Disse a ele: “Pai (…), talvez você seja o único homem na face da Terra que mudou a matriz econômica de um país e esteve vivo para ver o resultado”. (…) Essa honra ninguém tira dele.
Ex-presidente da Embrapa, Eliseu Alves tambémmencionou a transformação do setor agrícola brasileiro. Ele destacou a capacidade de Paolinelli de enxergar o futuro e a habilidade de reunir recursos humanos.
O presidente da Confederação dos Engenheiros Agrônomos do Brasil (Confaeab), Paulo Afonso Romano, ressaltou o papel de Paolinelli na criação da Frente Parlamentar Agropecuária e do Fórum do Futuro, lembrando que o homenageado sempre teve “a ciência como guia”.
— Paolinelli deixa a proposta de redescobrirmos e redefinirmos qual é a nova agricultura de que precisamos.
Presidente da Academia Brasileira de Medicina Veterinária (Abramvet), Josélio de Andrade Moura lembrou a atuação de Paolinelli no investimento na saúde dos animais, especialmente na erradicação da peste suína africana.
— Para compararmos: a Península Ibérica levou 50 anos para erradicar. O Brasil fez em três anos.
Selma Beltrão, diretora-executiva de Pessoas, Serviços e Finanças da Embrapa, salientou o reforço nos recursos humanos da empresa sob a gestão de Paolinelli e disse esperar a continuidade do legado de progresso e excelência na agricultura.
O ex-governador de Minas Gerais Eduardo Azeredo citou as realizações de Paolinelli como secretário estadual de Agricultura e chamou a atenção para a consciência do homenageado da importância da paz no campo. E Roberto Rodrigues, ex-ministro da Agricultura, afirmou que a realização do sonho de Paolinelli mostrou ao planeta do que o Brasil era capaz.
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