Para Gabriele Sousa, atleta do salto triplo, cada competição é uma vitória, independentemente de seu resultado. Atleta beneficiada pelo Programa Talento Esportivo, ela é mais um exemplo de que o esporte salva vidas.
Nascida em uma comunidade na zona oeste do Rio de Janeiro, Gabriele estava exposta a todo tipo de vulnerabilidade. Foi na escola em que estudava que ela conheceu o salto triplo. A convite do seu professor de Educação Física, Gabriele aproveitava o horário livre após as aulas para treinar.
“Meus pais adoraram a ideia de eu praticar atletismo. Era a chance de uma garota da periferia, exposta ao crime e às drogas, mudar de vida. O esporte me salvou de várias estatísticas: da marginalidade, da carência de educação. Foi graças a ele que consegui uma bolsa na faculdade, que viajei para países que eu jamais teria condições financeiras de conhecer”, diz Gabriele.
Quando completou 16 anos, a atleta tomou a difícil decisão de sair de casa. Em busca de uma melhor estrutura de treino e de mais oportunidades em grandes competições, viajou para São Paulo.
“Eu já estava competindo a nível nacional, mas precisava sair de onde estava, precisava progredir. Meus pais tinham muito medo, mas entenderam. Entrei em contato com um treinador de São Paulo e me mudei para Presidente Prudente. Ali, começou minha vida no alto rendimento”, explica a triplista.
Nessa longa caminhada, Gabriele também encontrou o casal de treinadores Nélio e Tânia Moura, ícones do atletismo brasileiro e que treinam no Centro de Excelência Esportiva de São Bernardo do Campo, equipamento que conta com o apoio do Governo do Estado de São Paulo. Nélio e Tânia viabilizaram a inscrição da atleta no Programa Talento Esportivo, iniciativa da Secretaria de Esportes do Estado de São Paulo que concede apoio financeiro a atletas em vários níveis de excelência.
“Foram Nélio e Tânia que me encaminharam para o Programa Talento Esportivo. A partir do momento em que virei bolsista, minha carreira alavancou de vez”, conta ela.
Hoje, aos 29 anos, é difícil apontar o que Gabriele não ganhou ou disputou na carreira. O currículo dela é de respeito: campeã brasileira (mais de dez títulos, contando categorias de base e adulto), sul-americana, pan-americana e ainda disputou três Mundiais. Falta só uma participação em Jogos Olímpicos, algo que ela espera conseguir ainda este ano. “Pela minha pontuação, hoje eu teria vaga nas Olimpíadas de Paris.”
Mulheres no Programa Talento Esportivo
Dos 563 atletas ativos do Programa, 252 são mulheres, ou 44% deste montante. Homens são 311, o que corresponde a 55% do total. As inscrições para novos bolsistas para o Programa se encerraram no início deste mês. Para mais informações, clique aqui ou entre em contato pelo (11) 3241-5822, Ramais 1160 e 1204.
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