A comissão parlamentar mista de inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro vai ouvir na próxima quinta-feira (14), a partir das 9h, o depoimento do general Gustavo Henrique Dutra de Menezes, ex-comandante do Comando Militar do Planalto. Dutra foi o responsável por permitir a continuidade dos acampamentos em frente ao quartel-general do Exército em Brasília (DF), que serviram como base para os atos golpistas do dia 8 de janeiro.
Os parlamentares que requisitaram o depoimento do general Dutra afirmam querer solucionar dúvidas sobre a ação do governo federal no dia 8 de janeiro. Dos oito requerimentos que embasam a oitiva, seis vieram da oposição. O senador Eduardo Girão (Novo-CE), autor de um deles, aponta que o Comando Militar do Planalto não foi incluído na estratégia de segurança para a data, apesar de ter oferecido suas tropas. A afirmação foi feita pelo general Dutra à Polícia Federal.
Já o deputado Duarte Jr. (PSB-MA) e a deputada Duda Salabert (PDT-MG) afirmam que o Exército agiu seguidamente para impedir o desmonte do acampamento de Brasília, inclusive no próprio dia 8, à noite. Os parlamentares recordam que a Polícia do Exército interditou uma operação da Polícia Militar do Distrito Federal que tinha por objetivo remover os manifestantes que ainda estavam instalados na frente do quartel-general.
Dutra prestou depoimento em maio à Comissão Parlamentar de Inquérito da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) que investiga os acontecimentos de 8 de janeiro. Na ocasião, ele disse à CPI que não era atribuição do Comando Militar do Planalto interferir no acampamento porque a instalação não atrapalhava “o dia a dia do quartel”. Disse também que o Exército não recebeu ordem judicial antes do dia 8 para desmontar o acampamento.
A comissão já havia solicitado a quebra dos sigilos telefônico e telemático do general Dutra, e recebeu o material no fim de agosto.
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