O presidente dos Estados Unidos da América, Joe Biden, trouxe a público no dia 9 de agosto um comunicado relacionado à cibersegurança do país. De acordo com a proposta, hackers poderão competir por recompensas monetárias substanciais aplicando a IA (Inteligência Artificial) para proteger a infraestrutura dos Estados Unidos contra vulnerabilidades.
Segundo o comunicado, a fase preliminar terá início na primavera do próximo ano, que tem início em 19 de março no Hemisfério Norte. O objetivo é selecionar 20 equipes de alto desempenho para avançar às semifinais da DEF CON 2024, batalha de hacking em que equipes de hackers competem para atacar e defender computadores e redes por meio de softwares e estruturas de rede.
Empresas como Anthropic, Google, Microsoft e OpenAI já confirmaram a participação no torneio com suas tecnologias. O Desafio de Cibersegurança envolve aproximadamente US$ 20 milhões (R$ 99,73 milhões) em prêmios, conforme anúncio que foi divulgado durante a conferência de hackers “Black Hat USA”, realizada em Las Vegas.
Na visão de Enzo Pimentel Nassif - que atua na área de cyber security no uso de IA e ML (Machine Learning) e participa ativamente de conferências e fóruns sobre o tema -, o lançamento de um desafio de IA nos Estados Unidos para fortalecer a infraestrutura crítica é relevante para o cenário global de cibersegurança.
“Essa iniciativa destaca a crescente conscientização sobre a importância de utilizar tecnologias avançadas para proteger ativos cruciais contra ameaças cibernéticas cada vez mais sofisticadas”, afirma Nassif. O jovem é membro da ACM (Association for Computing Machinery) e especialista na área de cibersegurança e IA, atuando na prevenção e proatividade na solução de problemas na área de tecnologia, IA e segurança tecnológica.
Desafio pode inspirar iniciativas no Brasil
Para Nassif, a iniciativa estadunidense indica um passo na direção certa no que diz respeito à segurança cibernética e à proteção de ativos de infraestrutura crítica.
“A utilização da IA para fortalecer a segurança da infraestrutura crítica é uma estratégia promissora. A IA tem o potencial de identificar e mitigar ameaças de maneira mais eficaz e rápida do que métodos tradicionais”, pontua. “Ela [IA] pode analisar grandes volumes de dados em tempo real, identificar padrões suspeitos e, até mesmo, prever possíveis ataques, permitindo respostas mais ágeis e decisões informadas”, complementa.
No entanto, o especialista considera importante reconhecer que a implementação bem-sucedida de soluções de IA em cibersegurança requer uma abordagem holística, o que inclui o desenvolvimento de modelos de IA robustos, treinados com dados relevantes e representativos, além de considerações éticas e de privacidade ao lidar com informações sensíveis.
A seguir, Nassif lista as “lições” que o Brasil pode tirar do exemplo dos EUA para fortalecer a própria postura em relação à cibersegurança e infraestrutura crítica:
“Em suma, a iniciativa nos EUA demonstra como a tecnologia, em particular a IA, pode ser aliada na proteção da infraestrutura crítica contra ameaças cibernéticas”, resume Nassif. “O Brasil pode aprender com esse exemplo, adaptar as melhores práticas a sua realidade e fortalecer sua postura em cibersegurança para garantir a segurança e a resiliência de suas infraestruturas críticas”, conclui.
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