A governadora em exercício Celina Leão empossou 48 novas representantes do Conselho dos Direitos da Mulher do Distrito Federal (CDM/DF) para o mandato de 2023/2025. A solenidade ocorreu nesta quinta-feira (31) no Palácio do Buriti.
“Aqui hoje estão mulheres que não fazem parte do GDF e saíram das suas residências sem ter remuneração nenhuma para lutar por aquilo que elas acreditam: a defesa das mulheres. Nós precisamos não só estar numa política pública ou no papel, precisamos estar em cargos estratégicos, sim. Toda vez que a sociedade avança na luta das mulheres, há um retrocesso social machista personalíssimo daqueles que ainda nos veem como nós não somos, como coisa, objeto, segregadas da sociedade”Celina Leão, governadora em exercício
O Conselho dos Direitos da Mulher do DF foi criado em 1988 com o objetivo de promover um ambiente coletivo de construção e implementação de políticas públicas voltadas às mulheres. O grupo é formado por 12 representantes do Poder Público do DF e 12 representantes de entidades da sociedade civil, tem natureza consultiva e deliberativa e está vinculado à Secretaria da Mulher. Além das titulares, as suplentes também foram nomeadas, totalizando 48 novas representantes.
Ao falar do conselho, Celina Leão citou medidas importantes do governo na proteção das mulheres e da população, como o aplicativo Viva Flor – de segurança preventiva às vítimas de violência doméstica –, a iniciativa inédita no país de se pagar um auxílio aos órfãos do feminicídio e também o fato de mulheres ocuparem cargos estratégicos no GDF. Ela ainda lembrou que esta gestão recriou a Secretaria da Mulher .
“Aqui hoje estão mulheres que não fazem parte do GDF e saíram das suas residências sem ter remuneração nenhuma para lutar por aquilo que elas acreditam: a defesa das mulheres. Nós precisamos não só estar numa política pública ou no papel, precisamos estar em cargos estratégicos, sim. Toda vez que a sociedade avança na luta das mulheres, há um retrocesso social machista personalíssimo daqueles que ainda nos veem como nós não somos, como coisa, objeto, segregadas da sociedade”, discursou Celina Leão.
O grupo reúne representantes de sindicatos, institutos, associações e uma escola de samba. Essa pluralidade é destacada pela secretária da Mulher, Giselle Ferreira, empossada presidente do conselho, ao falar da importância do colegiado.
“É escutar a sociedade civil juntamente com o governo para efetivar a políticas públicas em prol das mulheres. Tomar medidas depois de escutar é muito mais eficaz. A pauta prioritária é o acolhimento e proteção à mulher. Mas precisamos trabalhar vários eixos, como o empreendedorismo, a capacitação e outras frentes também”, disse Giselle Ferreira.
Essa política de acolhimento também foi pontuada pela coordenadora de Promoção de Defesa dos Direitos das Mulheres da Defensoria Pública, a defensora Antonia Carneiro, empossada no conselho. “É muito importante ouvir essas mulheres que estão próximas da sociedade para trazer as demandas, a fim de que a gente possa pensar políticas públicas plurais. Como defensora, vou levar as demandas das nossas assistidas, porque a Defensoria Pública atende mulheres vítimas de violência doméstica”, afirmou.
“A Secretaria de Saúde hoje é a única do país que tem uma linha de cuidado com seis temas. O nosso sexto braço é exatamente o combate à violência à mulher. Me sinto honrada de participar de um comitê permanente de prevenção do cuidado do acolhimento dessas mulheres e não só no momento da violência, mas o pós-violência, que é muito emblemática a reinserção, o empreendedorismo, a ocupação, o ofício dessas mulheres para que elas realmente quebrem esse ciclo”, ponderou a secretaria de Saúde, Lucilene Florêncio.
Já a representante do Clube Soroptimista Internacional de Brasília (SI Brasília), Cátia Vasconcelos, lembrou a longa luta das mulheres. Ela foi a primeira mulher a ocupar uma cadeira no Conselho Seccional da OAB de Minas Gerais e também fundou o Sistema de Integração, Assistência e Defesa da Mulher Advogada (Siadema), entre outros trabalhos pelo público, como a criação dos Conselhos da Mulher nos estados.
“Nós temos que trabalhar os homens e não só as mulheres. As mulheres são as geradoras da vida, os homens só nascem porque nós existimos. Se a gente educa bem nossos filhos, nossos maridos, o nosso meio familiar é a única forma de modificar essa submissão que o homem acha que tem direito sobre a mulher. Não existe direito sobre o ser humano, é isso que precisamos mudar, a mentalidade masculina. Essa pauta é totalmente feminina e feminista, mas são os homens nosso fator maior de mudança”, explicou.
Entidades eleitas
– Associação Brasileira de Mulheres de Carreira Jurídica (ABMCJ)
– Instituto Reciclando o Futuro
– Grupo Mulheres do Brasil
– Associação Comercial do Distrito Federal (ACDF)
– Instituto Arkrealiza
– Instituto Resolve
– Clube Soroptimista Internacional de Brasília (SI Brasília)
– Escola de Samba Acadêmicos do Riacho Fundo II
– Sindicato dos Professores no Distrito Federal (Sinpro-DF)
– União Brasileira de Mulheres – Seção Distrito Federal (UBM-DF)
– Fórum de Mulheres do Mercosul (FMM)
– Sindicato dos Trabalhadores dos Correios e Telégrafos do DF e Entorno (Sintect/DF)
Entidades suplentes eleitas
– Instituto Entre Nós
– Instituto Me Ajude a Ajudar (IMAA)
– Levante Feminista Contra o Feminicídio
– Ação de Mulheres pela Equidade (AME)
– Associação Tudo Azul Autismo (ATA)
– Força Ativa da Mulher (FAM)
– Movimento Negro Unificado – Seção do Distrito Federal e Entorno (MNU-DF)
– Sindicato dos Servidores e Empregados da Assistência Social e Cultural do GDF (Sindsasc)
– Associação Vencedoras Unidas (AVU)
– Sindicato dos Servidores do Poder Legislativo Federal e do Tribunal de Contas da União (Sindilegis)
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