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Geral Saúde

DF tem a menor taxa de mortalidade por infarto agudo do miocárdio do Brasil

Média nacional é de 9% enquanto o Distrito Federal registrou 4,7%; atuação em rede da Secretaria de Saúde com unidades contratadas proporciona aten...

21/08/2023 18h56
Por: Jornal Alternativa Fonte: Agência Brasília
Todos os hospitais regionais e as Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) formam uma rede interligada em que as equipes de emergência têm o auxílio de um aplicativo que os conecta diretamente às equipes de plantão de cardiologia do Hospital de Base e do ICT
Todos os hospitais regionais e as Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) formam uma rede interligada em que as equipes de emergência têm o auxílio de um aplicativo que os conecta diretamente às equipes de plantão de cardiologia do Hospital de Base e do ICT

O Distrito Federal tem a menor taxa de mortalidade por infarto agudo do miocárdio no Brasil, de acordo com o Departamento de Informação e Informática do SUS (Datasus), do Ministério da Saúde. Em 2022, 4,74% dos pacientes internados no DF após ataque cardíaco foram a óbito. A média nacional é de 9%.

Todos os hospitais regionais e as UPAs formam uma rede interligada em que as equipes de emergência têm o auxílio de um aplicativo que os conecta diretamente a profissionais de plantão de cardiologia do Hospital de Base e do ICTDF | Fotos: Divulgação/SES-DF
Todos os hospitais regionais e as UPAs formam uma rede interligada em que as equipes de emergência têm o auxílio de um aplicativo que os conecta diretamente a profissionais de plantão de cardiologia do Hospital de Base e do ICTDF | Fotos: Divulgação/SES-DF

O número reflete a articulação da rede da Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF) tanto entre os equipamentos públicos quanto com outras unidades contratadas, como o Instituto de Cardiologia e Transplantes do Distrito Federal (ICTDF). Essa estrutura proporciona celeridade no atendimento.

Todos os hospitais regionais e as Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) formam uma rede interligada em que as equipes de emergência têm o auxílio de um aplicativo que os conecta diretamente às equipes de plantão de cardiologia do Hospital de Base e do ICTDF. O projeto “Sprint” começou em 2019.

Os especialistas na área ajudam no diagnóstico – inclusive orientando a realização de trombólise no local do atendimento inicial –, indicam procedimentos e já se preparam para receber o paciente caso seja indicada uma transferência, feita em ambulância do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).

Foi o caso do artesão José Carlos Nogueira. Aos 72 anos, ele foi internado no início de junho no Hospital Regional de Sobradinho (HRS) após dores abdominais. Pensava ser intolerância à lactose. Porém, os profissionais descobriram que se tratava de um infarto. Estabilizado, José passou por exames preparatórios e foi encaminhado para cirurgias de ponte de safena e ponte mamária no ICTDF.

José Carlos Nogueira, 72 anos, foi um dos pacientes salvos pela eficiência do atendimento proporcionado pela Secretaria de Saúde do DF
José Carlos Nogueira, 72 anos, foi um dos pacientes salvos pela eficiência do atendimento proporcionado pela Secretaria de Saúde do DF

A esperada alta médica ocorreu no início de agosto. “Vou mudar os meus hábitos. Morrer a gente vai um dia, mas ficar vivo é melhor, porque tenho planos, tenho netos”, afirma Nogueira. Apesar das dores ainda presentes, o bom humor e o sentimento de gratidão fazem parte da recuperação. “Fui muito bem tratado, muito bem atendido. Minha recuperação está indo bem. O tratamento é excelente”, avalia. Nos dois meses entre a entrada no HRS e a alta no ICTDF, José ainda precisou ser curado de uma infecção respiratória antes de ser liberado para o procedimento cardíaco. A próxima fase será o acompanhamento, com consultas periódicas.

Integração e tecnologia

“O paciente já recebeu o tratamento inicial e vem aqui para um segundo passo”, explica o cardiologista e coordenador da Unidade de Dor Torácica do ICTDF, Camilo Chaves Júnior. Na instituição é possível realizar procedimentos de alta complexidade, como a angioplastia.

Em 2023, já são quase 400 cirurgias desse tipo, entre eletivas e de emergência. O local possui tecnologias de ponta, como o balão intra-aórtico, usado nos pacientes mais graves e a hemodiálise prisma, necessária para casos de insuficiência renal com baixa pressão arterial.

“Estamos sempre somando esforços para oferecer à população do DF, independentemente da idade, um fluxo cada vez mais eficiente, com profissionais capacitados e tratamentos de ponta”Lucilene Florêncio, secretária de Saúde do DF

Pulmão artificial

A tecnologia de maior destaque é a membrana de oxigenação extracorpórea (ECMO, na sigla em inglês). Na prática, é uma máquina capaz de funcionar como um pulmão e um coração artificiais para pacientes que estão com os órgãos comprometidos. “É uma ponte para outro tratamento definitivo, seja para recuperação do coração ou um transplante”, explica o cardiologista.

A unidade em funcionamento no ICTDF é a única disponível para pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) no DF. A tecnologia não está prevista na lista de serviços oferecidos pelo SUS, porém, foi incluída pela SES-DF no contrato com o instituto para atender melhor a população do DF.

No valor de R$ 186 milhões, o contrato com o ICTDF foi assinado no fim de 2022 e tem validade inicial de dois anos, prorrogável por mais três. Isso já permitiu a realização de mais de 7.500 consultas e quase 14 mil exames, tanto em situações de emergência quanto de pacientes encaminhados, via Central de Regulação.

Segundo a Referência Técnica Distrital (RTD) de cardiologia da SES-DF, Rosana Costa Oliveira, a contratação permitiu agilizar os atendimentos e reduzir o tempo de espera por cirurgias cardíacas. “Atualmente, são cerca de 80 por mês, sendo 20 realizadas no Hospital de Base e 60 no ICTDF”, destaca a cardiologista.

O contrato com a Secretaria de Saúde também engloba atendimento cardiológico infantil, inclusive cirurgias de alta complexidade – sendo mais de cem realizadas só em 2023. “Estamos sempre somando esforços para oferecer à população do DF, independentemente da idade, um fluxo cada vez mais eficiente, com profissionais capacitados e tratamentos de ponta”, afirma a secretária de Saúde, Lucilene Florêncio.

*Com informações da SES-DF

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