O projeto Acessibilidade no Parque chegou, nesta semana, ao final da terceira edição ensinando, de maneira lúdica e interativa, os estudantes da rede pública de ensino do Distrito Federal sobre a importância da promoção de políticas de inclusão e respeito às pessoas com deficiência (PcD). Voltada para o público infantil, a iniciativa foi concebida com recursos do Fundo de Apoio à Cultura (FAC), da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Distrito Federal (Secec).
Por meio de apresentações teatrais, os artistas que integram o projeto contam aos estudantes uma versão reinventada do tradicional do contoFesta no Céu, usando da linguagem infantil para conscientizar sobre a temática da acessibilidade. A ideia partiu da atriz Jarlene Maria, intérprete da palhaça Alegria, que foi diagnosticada, ainda na infância, com paralisia cerebral diplégica espástica.
Jarlene e os demais atores da peça usam música, contação de histórias e teatro de fantoches para alertar os pequenos sobre a importância do assunto. “O fato de ser uma cadeirante não me limita em nada para brincar, dançar, sair na rua e mostrar para todos que pessoas com deficiência não precisam ficar em casa trancadas”, enfatiza.
“A criança é a luz do mundo. Quando ela aprende o que é acessibilidade, se torna um adulto inclusivo. Daí surgiu a ideia da gente adaptar esse conto que, na versão original, exclui a tartaruga da festa. Aqui não, aqui a palhaça Alegria inclui a tartaruga, apesar de suas diferenças em relação às outras personagens”, prossegue a atriz.
Além dos elementos cênicos, o Acessibilidade no Parque também oferece, nas apresentações, intérpretes da Língua Brasileira de Sinais (Libras) e de audiodescrição. Ao final da peça, as crianças recebem materiais didáticos sobre inclusão e acessibilidade.
Ao todo, foram cinco apresentações realizadas ao longo desta edição do projeto, sediado no Parque do Castelinho, no Setor Oeste do Gama. O Acessibilidade no Parque foi oferecido de maneira gratuita às escolas da rede pública da região, que também tiveram apoio com transporte para o deslocamento dos estudantes.
“Estamos na terceira edição deste projeto, que foi feito muito em função do trabalho da Jarlene, que sempre quis ter um espetáculo tratando dessa temática da acessibilidade. É uma atração que se comunica bem com as crianças. Tem sido muito positivo, já nos apresentamos para 200 alunos. É uma forma leve e divertida de lidar com um tema difícil”, ressalta o diretor artístico do projeto, Marco Augusto de Rezende.
Moradora do Gama, a escritora Arlene Muniz, 67 anos, prestigiou a última apresentação desta edição do projeto. “Eu sou autora de obras voltadas para o tema retratado no Acessibilidade no Parque e essas iniciativas são muito importantes para que as crianças com alguma deficiência se identifiquem, se sintam incluídas”, afirma.
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