Termo utilizado para descrever a ação de deslocamento das grandes cidades para as áreas rurais ou cidades menores, o êxodo urbano passou a ser um movimento natural – muito em função das mudanças de comportamento geradas pela pandemia de coronavírus – para parte da população brasileira.
Por conta das restrições sanitárias e necessidade de isolamento social, as pessoas se viram obrigadas a mudar radicalmente a maneira como interagiam entre si e também com os espaços públicos, ambientes de trabalho e suas próprias residências. Dados mostram que se, antigamente, o movimento de êxodo rural era predominante na sociedade, quando a população mudava da área rural para a urbana em busca de melhores oportunidades, hoje, o processo contrário vem ocorrendo.
Procura por melhor qualidade de vida atrelada a um custo de vida mais baixo, acesso facilitado aos serviços básicos de saúde e educação e a tranquilidade que pode ser encontrada fora dos grandes centros urbanos e das capitais são alguns dos principais motivadores, que ainda contam com o teletrabalho e a prática de home office para favorecer a adoção desse novo estilo de vida.
De acordo com dados do Grupo ZAP, entre janeiro e maio de 2020, período que antecedeu o início da pandemia e a fase de adoção das medidas de isolamento social, a procura por imóveis nas cidades paulistas com mais de 100 quilômetros de distância da capital São Paulo havia subido 340%.
Tendência passageira ou não?
Em 2021, uma pesquisa realizada pela Datastore, especializada no setor imobiliário, apontou que 1,32 milhão de famílias brasileiras com renda superior a R$ 2 mil tinham a intenção de adquirir propriedades na zona rural. O número é 66,9% superior ao apontado em 2020.
A pandemia abriu precedentes para que mais pessoas avaliassem e questionassem a maneira como têm vivido nos grandes centros. Nesse contexto, a proposta de novos estilos de moradia e de trabalho remoto que podem ser realizados de qualquer lugar fomentam a saída da cidade para o campo. A busca por mais qualidade de vida, inclusive, também tem sido notada entre os millenials, a geração que compreende os nascidos entre 1981 e 1996.
Jornais internacionais, como o The New York Times, dizem que esse grupo tem encabeçado uma poderosa tendência de mudança demográfica, levando cada dia mais pessoas a buscarem uma vida mais barata e confortável em regiões mais afastadas das cidades grandes.
Vida mais tranquila e descomplicada
No passado, as gerações anteriores sonhavam em deixar a área rural para viver na cidade, mas hoje é o movimento inverso que tem feito com que milhares de pessoas considerem o deslocamento para o campo em busca de uma vida mais tranquila, em harmonia com a natureza, e livre do stress da cidade grande.
Segundo Mayron César, CEO da Match Imob, uma plataforma de soluções imobiliárias, investir em terrenos rurais também pode ser uma opção para aqueles que desejam uma alternativa para a rotina: “É um grande objetivo de quem já cansou da vida nos centros urbanos. Afinal, nem todos se dão bem com um ritmo mais acelerado e com um acesso limitado à natureza. Mas mesmo para quem busca apenas um refúgio nos fins de semana, feriados e férias, essa é uma ótima alternativa.” Isso porque muitos lotes estão situados em locais de fácil acesso às cidades e permitem um deslocamento rápido e seguro para quem ainda não se decidiu de maneira definitiva ou precisa seguir dividido entre as diferentes realidades de moradia.
Vantagens para quem investe em uma propriedade rural
Ainda de acordo com o empresário da Match Imob, ter uma residência fora da cidade grande permite que o proprietário escolha viver seus momentos de descanso e lazer sem complicações e custos extras: “Diferente de férias em hotéis ou fins de semana na praia, quando a propriedade é sua, basta querer descansar, pegar suas coisas e viajar com sua família para sua chácara. Sendo assim, não há necessidade de gastar muito dinheiro, fazer planos elaborados ou se programar. Tudo depende apenas da sua vontade de ir lá e relaxar com quem você mais gosta”, diz o CEO.
Uma das características que atraem os investidores é a possibilidade de ter a sua própria horta em casa e criar seus animais livremente. Praticamente impossível nas cidades grandes, a propriedade rural permite a criação de animais de grande porte, como cavalos, vacas e porcos, além de garantir mais conforto e liberdade aos pets. O espaço extra ainda favorece o cultivo de frutas, vegetais, temperos e ervas naturais, que ajudam a deixar a alimentação mais saudável e rica em nutrientes.
O empresário também completa que “a necessidade de maior envolvimento com a natureza tem aumentado nas últimas décadas, com as pessoas buscando a vista de árvores e paisagens verdes em vez de muros de concreto. Por esse motivo, muitos empreendimentos investem em jardins luxuosos e pomares. No entanto, para os amantes da natureza, nada supera a sensação de acordar em meio à bela paisagem rural, com ar puro, canto de pássaros, céu limpo e muito mais”.
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