As empresas no Brasil contam, agora, com uma metodologia para quantificar e compensar a emissão de carbono, conforme apresenta a Prática Recomendada (PR) 2060, lançada em julho de 2023 pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). O documento traz, ainda, requisitos que precisam ser observados por organizações, governos e instituições para demonstrar que reduzem a emissão de carbono em suas atividades.
De acordo com a ABNT, a PR 2060 foi apresentada, pela primeira vez, na Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 27), realizada no Egito, em 2022. O documento traz também novos conceitos e normas internacionais ISO atrelados à redução de emissões dos gases de efeito estufa.
A PR 2060 nasceu em meio à necessidade urgente e sistêmica de uma transformação nos setores elétrico, industrial, de transporte e construção, assim como nos sistemas alimentar e financeiro, como ressalta o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA). A autoridade ambiental global ressalta, em um âmbito geral, que a comunidade internacional está muito longe dos objetivos de Paris, de limitar o aquecimento global a 1,5°C.
Ainda em relação às altas ondas de calor, um alerta emitido pela Organização Meteorológica Mundial (OMM) destaca que 2023 pode ser o ano mais quente já registrado. Além disso, há uma probabilidade de 66% de que a temperatura média anual, próxima à superfície global entre 2023 e 2027, fique mais de 1,5°C acima dos níveis pré-industriais por pelo menos um ano.
Por sua vez, tais diretrizes poderão colaborar com a geração de novos empregos no Brasil, uma vez que o país integra a América Latina, região que pode criar 15 milhões de novas vagas líquidas até 2030 com a transição para uma economia com zero emissões líquidas de carbono, conforme ressalta a Organização Internacional do Trabalho (OIT).
Para o fundador e principal executivo do Latin American Quality Institute (LAQI), Daniel Maximilian Da Costa, as empresas brasileiras têm, agora, um guia que colabora na organização e orientação para a tomada de decisões. Ele afirma que uma empresa que mantém uma boa gestão gera reflexos positivos na sua reputação.
“Adotar medidas que estejam em sintonia com a sustentabilidade é fundamental para o bom andamento de um negócio. Qualidade está totalmente relacionada a essa busca, e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), as diretrizes ligadas ao tripé ESG e especialistas capacitados no tema provam isso. Creio que, em um âmbito nacional, essas novas orientações chegam para colaborar na busca pela redução da emissão de carbono”, finaliza.
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