A transição energética é um assunto de interesse nacional. O Brasil é o país com o custo de produção mais baixo do mundo para o hidrogênio verde, devido ao grande potencial para produção de energia solar e eólica do território nacional.
As fontes de energia verde, sem resíduos de CO2, são renováveis, sazonais e não armazenáveis. Neste contexto o hidrogênio verde, como uma fonte de energia limpa, ganha destaque como um vetor da transição da matriz energética.
O hidrogênio verde emite apenas vapor d’água, ou seja, não deixa resíduos de carbono no ar como ocorre com o carvão e o petróleo. Desde o século 19, ele está sendo usado como combustível para carros, dirigíveis e naves espaciais.
“O hidrogênio verde permite uma mudança de matriz energética, como um produto premium e selo verde, que além de gerar energia limpa e servir como insumo para a produção de combustível, também pode ser usado para produzir fertilizantes verdes, a partir da amônia”, relata a ambientalista, administradora de empresas e economista Vininha F. Carvalho, editora da Revista Ecotour News & Negócios.
Descarbonizar o planeta é uma das metas dos países de todo o mundo. Na busca pela pegada neutra de carbono, um futuro net-zero, as empresas buscam soluções sustentáveis de energia verde, com tecnologias e processos certificados.
Os investimentos brasileiros em hidrogênio verde somam esforços públicos e privados, buscando garantir a transição para um futuro ao mesmo tempo sustentável e lucrativo. São diversas as tratativas já em curso para garantir esse combustível, que pode ser obtido via energia solar, eólica, biomassa, biogás e etanol.
A Bahia tem potencial para produzir mais de 60 milhões de toneladas de hidrogênio verde por ano, segundo dados do SENAI CIMATEC. “A maior parte da energia solar e eólica produzida pela CGN Brasil vem da Bahia, porém ainda não possuímos uma planta de hidrogênio verde no local e essa proposta reforça o nosso comprometimento e participação na economia do estado”, garante André Martini, diretor de Desenvolvimento de Negócios da CGN Brasil.
Em todos os setores industriais, o hidrogênio é cada vez mais considerado como uma fonte de energia do futuro. Um estudo da Goldman Sachs – “Hydrogen Equity Research 2022” aponta que o mercado para geração de hidrogênio atinja cerca de US$ 250 bilhões até 2030, com potencial de chegar a mais de US$ 1 trilhão até 2050.
“O desenvolvimento do mercado de hidrogênio verde não se limita apenas à produção e ao uso do próprio hidrogênio. Também é necessário investir em pesquisa, desenvolvimento e inovação. Nesse sentido, serão necessários profissionais qualificados, como pesquisadores, projetistas e analistas de mercado, para impulsionar a evolução tecnológica, identificar novas oportunidades e estabelecer estratégias de negócios”, enfatiza Augusto Fernandes, CEO da JM Negócios Internacionais.
O mundo tem avançando em direção a metas de energia sustentável, no entanto, o ritmo atual de progresso ainda é insuficiente para alcançar a Meta 7 dos ODS, que prevê a garantia de acesso à energia barata, confiável, sustentável e renovável para todos até 2030.
“O cumprimento das metas globais exigirá uma transformação macro e microeconômica, liderada por mudanças fundamentais no modelo de negócios para organizações públicas e corporativas. Além dos empregos diretos criados pela indústria do hidrogênio verde, é importante destacar que haverá um impacto positivo em toda a cadeia produtiva”, finaliza Vininha F. Carvalho.
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