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Seminário destaca mulheres pretas e homenageia Helena Theodoro

Questões relacionadas a gênero e raça são debatidas

25/07/2023 10h10
Por: Jornal Alternativa Fonte: Agência Brasil
© Fernando Frazão/Agência Brasil
© Fernando Frazão/Agência Brasil

A Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) recebe ao longo desta semana o 3º Seminário Nacional de Mulheres Pretas e seus saberes. Até sexta-feira (28), pesquisadoras, artistas, lideranças religiosas, ativistas e profissionais de diferentes áreas irão debater questões relacionadas a gênero e raça. A iniciativa busca reforçar a importância do Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha, lembrado anualmente em 25 de julho.

O seminário é realizado pelo Centro de Articulações de Populações Marginalizadas (Ceap) e pela Rede de Professores Antirracistas. Toda a programação é aberta ao público e será realizada no salão nobre do Instituto de Filosofia e Ciências Sociais da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), no centro da cidade. Os debates serão entre 18h30 e 20h30.

“Acreditamos que um dos caminhos de luta se faz pela aprendizagem. Neste sentido, desejamos criar um espaço de diálogo enegrecido e afetivo sobre saberes e fazeres afro-diaspóricos, pensando os nossos locais de atuação, e formando uma grande rede de compartilhamento carregado de potência e produzido sob o olhar de mulheres pretas. Por isso, nos reunimos com grandes mulheres negras que aceitaram o convite de participar desse evento", registra um chamado divulgado pelos organizadores.

Homenagem

Na noite desta segunda-feira (24), na primeira mesa do seminário, a professora Helena Theodoro foi homenageada. Foram dedicados a ela discursos, poesias e performances artísticas. O debate previsto para abrir as discussões foi precedido de uma apresentação da bateria da escola de samba do Salgueiro.

Completando 80 anos em 2023, Helena Theodoro é marcada por sua múltipla formação. Natural do Rio de Janeiro, ela é professora da UFRJ com graduações em Direito e em Pedagogia, mestrado em Educação, doutorado em Filosofia e pós-doutorado em História comparada. É referência no país na pesquisa em história e cultura afro-brasileira.

"Eu sei exatamente o que é ser uma mulher negra dentro da universidade. Nós conseguimos alguns louros, mas ainda temos muitos obstáculos porque esse país se caracteriza por ser machista, por ser autoritário e absolutamente racista. E isso não é fácil para quem está lá no finzinho da fila, porque a comunidade negra é muito discriminada, mas as mulheres em geral também são. E as mulheres negras, além de ser mulheres, são negras", discursou ela após receber as homenagens.

Helena Theodoro também possui sólida carreira como radialista, tendo dedicado mais de três décadas àRádio MEC, uma das emissoras daEmpresa Brasil de Comunicação (EBC). Em abril, ela concedeu à Agência Brasil, uma entrevista onde contou detalhes da sua trajetória e discutiu a importância da emissora.

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