Foram três dias de trabalho intenso para colorir 500 metros quadrados do muro externo da Estação de metrô Ceilândia Norte, por onde passam diariamente cerca de 2 mil pessoas. O trabalho de 12 artistas do grafite, um dos elementos característicos do movimento hip-hop, foi entregue nesta terça-feira (4), quando os responsáveis pelo projeto se reuniram para homenagear a cidade e reforçar sua identidade cultural.
O projeto Estação Grafite foi realizado pelo Metrô-DF, por meio da Diretoria de Manutenção e Operação e da Gerência de Projetos Especiais, com a parceria da Administração Regional de Ceilândia, que mobilizou os grafiteiros, e do 8º Batalhão da Polícia Militar, que incentivou o Metrô-DF a revitalizar e a ocupar o espaço com manifestações artísticas. O projeto também recebeu apoio da Caesb.
“Agradeço imensamente aos artistas por esse painel maravilhoso. Presenteia a cidade e também o Metrô-DF com essa obra de arte que expressa a cultura da cidade, do hip-hop, do grafite. Estamos honrados, orgulhosos e de braços abertos para receber as manifestações culturais da cidade e servir Ceilândia com um transporte público de qualidade”Handerson Cabral, presidente do Metrô-DF
Além do muro pintado, a companhia revitalizou o espaço externo, onde fica o bicicletário, com o plantio de jardim, renovação do piso e ações de melhoria da iluminação externa.
O objetivo da companhia é contribuir para uma cultura de preservação do local, evitando novas pichações e proporcionando um cenário que possa receber manifestações de arte, cultura, dança e música – exatamente o que ocorreu na manhã desta terça-feira, quando o espaço foi inaugurado.
Os quatro elementos do hip-hop, movimento mundial que completa 50 anos em agosto e é extremamente caracterizador da identidade cultural de Ceilândia, estavam representados: grafite, DJ, Rap e Break Dance. Alex Lucas, dançarino do grupo Periféricos no Topo, do Sol Nascente, puxou uma aula de dança. No comando do som, o DJ Ocimar.
“Agradeço imensamente aos artistas por esse painel maravilhoso. Presenteia a cidade e também o Metrô-DF com essa obra de arte que expressa a cultura da cidade, do hip-hop, do grafite. Estamos honrados, orgulhosos e de braços abertos para receber as manifestações culturais da cidade e servir Ceilândia com um transporte público de qualidade”, disse o presidente do Metrô-DF, Handerson Cabral, que abriu o evento.
Também estavam presentes os diretores de Manutenção e Operação, Márcio Aquino; de Administração, Leyvan Cândido, e o diretor Técnico, Fernando Jorge. O administrador de Ceilândia, Dilson Resende, sugeriu que o projeto se estenda às outras estações. Autor do projeto que transforma o hip-hop em patrimônio cultural e imaterial do DF, o deputado distrital Max Maciel, prestigiou o evento.
A Estação Ceilândia Norte fica ao lado do Centro Cultural da Administração Regional de Ceilândia, da Biblioteca Pública de Ceilândia Carlos Drummond de Andrade e da Creche Amor em Ação, que atende crianças de 4 meses a 4 anos.
A região também é considerada uma área de risco, que concentra usuários de drogas e pessoas em situação de vulnerabilidade social. Por essa razão, ocupar o espaço é uma das formas de preservar o patrimônio e garantir a segurança, usando a identidade cultural da cidade.
12 artistas e uma grande obra de arte
O muro foi pintado por 12 grafiteiros: Rivas, Elom, Turko, Scooby, Yong, Toys, Camz, Omik, Mudof, Camila Siren, Panela e Magá.
Rivas e Elom foram responsáveis por comandar o processo de pintura. Elom explica que foram feitos dois trabalhos, um mais institucional, assinado por ele, e outro do grafite de rua, espaço dividido pelos demais grafiteiros.
“O painel institucional tem os símbolos do hip-hop associados à logomarca do Metrô-DF, trazendo para a Ceilândia alguns elementos característicos da arquitetura de Brasília, como a ideia dos azulejos”, explicou.
Rivas conta que chamou grafiteiros de Ceilândia, do Guará, de Taguatinga e de Brasília. Cada um veio com seu estilo e traço, mas dois elementos principais identificam todo o trabalho: o hip hop e Ceilândia.
“A arte tem um papel muito importante. O grafite, quando nasce, inserido no movimento hip hop, nasce com a linguagem da rua e demarca território. Aprendemos a trabalhar dentro do contexto da realidade de cada lugar. Então, a comunidade se reconhece ali e a gente pode passar recados importantes”, explica Rivas.
Como presente extra, os grafiteiros foram além do muro e demarcaram no chão uma passarela antiestresse. Semelhante a um jogo de amarelinha, o desenho propõe um momento de parada no caminho para casa e o trabalho para uma atividade lúdica.
*Com informações do Metrô-DF