O Hospital da Criança de Brasília José Alencar (HCB) recebeu, nos últimos dias, pesquisadores do Grupo Brasileiro de Citometria de Fluxo (GBCFlux). O encontro teve por objetivo multiplicar a educação continuada nas áreas de imunologia e diagnóstico, monitoramento das neoplasias hematológicas (alterações celulares benignas ou malignas) e diagnóstico de tumores pediátricos.
A coordenadora executiva do GBCFlux, Elizabeth Xisto Souto, é hematologista de citometria de fluxo do Hospital Albert Einstein e explica do que se trata a citometria: “É uma metodologia laboratorial para diagnóstico, principalmente, de doenças onco-hematológicas, mas, nas últimas décadas, também tem crescido muito na pesquisa e diagnóstico das doenças imunológicas, imunodeficiências congênitas”.
No HCB, a citometria de fluxo é realizada no Laboratório de Pesquisa Translacional, que também adota outras metodologias para o diagnóstico e para fins de pesquisa. Essa reunião de técnicas laboratoriais em prol dos pacientes chama a atenção da hematologista e professora da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) Mihoko Yamamoto. “Vejo que é uma equipe unida: biologia molecular, citogenética, citometria de fluxo; em conjunto, estão levando a instituição para a frente e conseguindo fazer um belo trabalho. Estão com um pioneirismo que eu achei maravilhoso”, afirma a médica.
Os integrantes do grupo acompanharam a apresentação de trabalhos relacionados ao tema central. Entre os assuntos abordados, a imunologista do HCB Karina Mescouto ressalta a importância do contato entre profissionais do laboratório e da assistência. “É importante ter essa comunicação, para definir o melhor tratamento. O HCB é um hospital que foca principalmente o paciente; com isso, conseguimos definir um diagnóstico preciso, dar a melhor terapêutica, procurar fazer o melhor tratamento para cada um”, explica.
Geralmente associada ao diagnóstico de leucemias, a citometria de fluxo também é importante no diagnóstico de imunodeficiências. “Aqui no DF, começou em junho a triagem neonatal para imunodeficiência; todos os bebês vão ser triados pelo teste do pezinho, e a confirmação diagnóstica vai ser feita no Hospital da Criança de Brasília. Isso mostra essa interface com a clínica e, principalmente, auxilia a identificar se a criança tem algum defeito no mecanismo de defesa, na imunidade, e já consegue fazer uma intervenção terapêutica”, esclarece Mescouto.
Segundo o hematologista do HCB Felipe Magalhães, o hospital “usa esse método diagnóstico para acompanhar os pacientes com leucemia, melhorar o tratamento deles e dar possibilidade de diagnóstico para pacientes com imunodeficiência”. Magalhães avalia positivamente o trabalho que a unidade vem desenvolvendo e o impacto que tem sobre as crianças: “Temos que comemorar essas estatísticas de cura e trabalhar para melhorar mais ainda”.
*Com informações do HCB