Pula-pirata, lousa mágica, Beyblade, Aquabeads, Tamagotchi, Nanoblock… muitas crianças não tem dúvidas sobre esses nomes e o que representam: são brinquedos que fazem muito sucesso pelo Brasil. Mas todos eles têm uma particularidade: eles foram criados no Japão. Brinquedos como esses, do universo japonês, fazem agora parte de uma exposição na Japan House, na Avenida Paulista, em São Paulo. A exposição tem início nesta terça-feira(27) e segue até12 de novembro.
Chamada de D?shin – Os Encantos dos Brinquedos Japoneses, a mostra apresenta 126 objetos que traçam um panorama sobre o brincar no Japão. A curadoria é de Natasha Barzaghi Geenen, que é diretora cultural da Japan House. “Fizemos uma seleção de brinquedos que fazem parte do dia a dia das crianças do Japão. Todos os brinquedos [expostos] aqui podem ser encontrados em lojas e casas no Japão hoje. Eles fazem parte da rotina das crianças de lá. Queremos que as crianças daqui consigam reconhecer tanto alguns brinquedos com os quais elas também brincam como também brinquedos que serão novas descobertas, vão trazer elementos simbólicos japoneses que as crianças daqui vão descobrir e criar conexões com as crianças de lá”, disse.
Em entrevista àAgência Brasil, a curadora contou que a exposição pretende promover empatia, fazendo com que a criança brasileira possa conhecer um pouco mais sobre a cultura japonesa. “Essa é uma exposição que estamos desenvolvendo há quase dois anos. A ideia é que, para criar empatia com o desconhecido, você precisa conhecê-lo. E, muitas vezes, nessa descoberta, você percebe diferenças, mas você percebe também muitas semelhanças e isso cria uma certa conexão entre culturas diferentes. Isso vale para as artes mas, pensando nas crianças, as ferramentas mais imediatas seriam justamente os brinquedos, que também têm uma linguagem universal”, disse.
Na seleção feita para a mostra há pelúcias de personagens de animações japonesas como o Totoro, brinquedos feitos com bambu, os famosos carrinhos Tomica e até brinquedos de personagens famosos por aqui como Hello Kitty, Ultraman e Power Rangers. Há também bilboquês [kendama] que são aqueles brinquedos compostos por um bastão e uma bola; um Plarail, conjunto de trens e de trilhos que foi lançado em 1959 e que apresenta uma locomotiva que desliza pelos trilhos; e brinquedos para bebês feitos à base de arroz. “Esse brinquedo [feito à base de arroz] tem cores pastéis e é todo suave no toque e nas formas. Ele tem formatos geométricos e de bichinhos. É para a primeira fase da infância, quando ainda está nessa criação de uma habilidade motora. E eles são feitos à base de arroz, material que foi desenvolvido no Japão e que quase parece um plástico, mas é mais macio para que o bebê possa justamente colocá-lo sem risco na boca”.
A exposição ainda apresenta brinquedos de montar que vão exigir muita paciência e raciocínio das crianças: há desde os nanoblocks [que lembram o Lego, mas é formado pelas menores peças de montar do mundo] até um crystal puzzle, um quebra-cabeça tridimensional feito com contas transparentes. “Tem muita coisa de construção ou de transformação, como um robô que vira um avião e um carro que vira um homem tais como os Transformers e Power Rangers. E tem muita coisa de encaixe”, citou a curadora.
“Uma coisa que demos muita ênfase é que trouxemos brinquedos que fogem dos eletrônicos, salvo raras exceções que inserimos aqui como o Tamagotchi [animal de estimação portátil], que foi um hit nos anos 90 e está voltando agora. Mas, fora isso, 95% dos brinquedos aqui são de um brincar mais tradicional, que estimulam a sociabilidade, a criatividade, a coordenação motora. Isso é para nos darmos conta de que as crianças, hoje em dia, ainda brincam com esse tipo de brinquedo e que eles são importantes em sua formação”, disse.
E para que as crianças não fiquem só na vontade de brincar, a Japan House preparou um espaço especial onde elas vão poder manusear alguns desses brinquedos japoneses. “Dividimos a exposição em duas. Uma parte dela é como uma exposição tradicional, com legendas, linha do tempo, e que não pode ser tocada, mas observada. Mas como sabemos que isso tudo é muito atrativo não só para as crianças mas também para os adultos, criamos um espaço para que eles possam interagir com esses brinquedos. Nesse espaço, a criança vai poder tocar e brincar”, falou a curadora.
A entrada na Japan House é gratuita. As visitas podem ser feitas de terça-sexta, das 10h às 18h, ao sábados de 9h Às 19h, e aos domingos e feriados das 9h às 18h. Mais informações sobre a mostra podem ser obtidas no site