O senador Eduardo Girão (Novo-CE) criticou, em pronunciamento nesta quarta-feira (17), acassaçãodacandidatura do deputado federal Deltan DallagnolpeloTribunal Superior Eleitoral (TSE). Para ele, Dallagnol é vítima de um regime que classificou como “ditadura” e que está se fortalecendo cada vez mais no país.Girão afirmou ter ficado estupefato com o voto do ministro relator que afirmou que “houve uma antecipação da demissão do cargo de procurador para evitar uma punição do CNMP [Conselho Nacional do Ministério Público]".
Ele lembrou que Deltan Dallagnol foi o deputado mais votado no Paraná, com mais de 349 mil votos e absolvido de todas as acusações movidas pelo PT, PCdoB, PV e PMN, no Tribunal Regional Eleitoral do Paraná.Girão observou que o procurador-geral eleitoral também emitiu parecer favorável ao ex-procurador, confirmando decisão do TRE do Paraná. Porém, destacou ele,o TSE ignorou todo o embasamento jurídico de defesa, e precedentes do próprio órgão, e decidiu pela cassação do deputado.
— Fizeram uma verdadeira aberração, um malabarismo de um alinhamento estelar, tudo baseado em suposição, para cassar esse cidadão exemplar, esse servidor público que mostrou para o Brasil que é possível, sim, a Justiça ser para todos: corruptos poderosos, presos; empresários poderosos, presos. Mas, como aconteceu na Operação Mãos Limpas, o crime — reagiu.
O senador manifestou sua perplexidade com o julgamento de um assunto complexo e com pena máxima, sendo, como disse, concluído em apenas “um minuto e seis segundos”.
— Isso é coisa típica de um tribunal de inquisição, que não leva em conta argumentos, mas sim versões e narrativas que possam rapidamente condenar à fogueira aqueles que cometem o atrevimento de se opor a esse sistema apodrecido — disse o senador.