Ela chegou a Brasília quando a cidade ainda estava em construção. Passou até fome ao lado do pai e da mãe. Mas contou com muita ajuda para conseguir um emprego. Com o primeiro salário nas mãos, não teve dúvida: quis retribuir todo o apoio que encontrou amparando quem quer que precisasse. Nascia, assim, uma das primeiras líderes comunitárias do Distrito Federal.
“Naquela época nem existia esse nome. Para mim, era uma coisa simples… Como sofri muito na vida, achei importante ajudar o povo quando comecei a ter uma condição melhor”, conta Domeci dos Santos, aos 90 anos. “Depois de quase seis décadas como líder comunitária, vejo a importância do nosso papel. O governo não tem como ir às ruas todos os dias, de porta em porta, conhecendo a comunidade toda”, completa.
A função de porta-voz da sociedade desempenhada por Domeci e tantas outras lideranças é celebrada neste 5 de maio, Dia Nacional do Líder Comunitário. Em comemoração à data, o governador Ibaneis Rocha irá homenagear aproximadamente 150 representantes com a entrega de medalhas de honra ao mérito. A cerimônia está marcada para a próxima sexta-feira (12), no auditório da Academia de Bombeiros Militar (Setor Policial Sul).
Secretária de Atendimento à Comunidade (Seac), Clara Roriz ressalta o papel fundamental das lideranças como ponte entre Estado e população. “Essas pessoas são essenciais para nós, do governo. Não conseguimos estar em todos os lugares. Então, elas nos ajudam a entender as demandas reprimidas”, observa. “São cidadãos que exercem seu papel de forma ativa, pensando sempre em melhorias para o desenvolvimento da comunidade”.
A busca por soluções junto ao governo encontra nas administrações regionais e nas secretarias uma porta de entrada para o diálogo. “Os líderes comunitários costumam procurar essas instâncias para apresentar projetos e levar pedidos da população”, conta Clara Roriz. “Esse diálogo com quem conhece a comunidade de perto é de extrema importância”.