Brasília é pioneira na utilização das estratégias de Prevenção de Crimes por meio do Design Ambiental (CPTED) — traduzido do inglêsCrime Prevention Through Environmental Design. Trata-se de uma técnica preventiva adotada por órgãos da Secretaria de Segurança Pública (SSP) de observação e intervenção integral em espaços que aumentem a sensação de medo entre os cidadãos, como locais escuros, sem podas de árvores e pichações.
A Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) é uma das únicas no país que conta com a disciplina de CPTED na grade curricular do curso de formação. Na primeira edição do curso em CPTED deste ano, o público-alvo foi expandido e a capacitação ocorreu também para outras instituições vinculadas à SSP, servidores e cidadãos interessados no tema.
“Nós entendemos que havia a necessidade de abranger os outros órgãos da SSP. Então, a nível da secretaria, temos o envolvimento não só da PMDF, mas do Corpo de Bombeiros e do Detran, por exemplo, que aplicam a técnica para que a gente possa mapear os locais que precisam de intervenção e, então, aumentar a percepção de segurança”, explicou o subsecretário de Políticas Públicas da SSP, Jasiel Fernandes.
Para aplicar a CPTED, três parâmetros são levados em consideração pelos agentes: a territorialidade, que é observar espaços que estão abandonados e podem ser utilizados para comportamentos atípicos; a manutenção, que é para aqueles ambientes que acabam sendo atraídos pelo crime devido a sua condição física, como espaços com pichação, lixo e carcaça; e a vigilância natural, que é o conceito de ver e ser visto, como promover podas de árvore e melhorar a iluminação pública para aumentar a sensação de segurança.
Durante a capacitação, realizada na semana passada, os participantes contaram com uma fase prática. “Nós fomos até o estacionamento sul da Universidade de Brasília, estacionamento entre Conjunto Nacional e Teatro Nacional, Parque Bosque, Parque da Cidade e áreas adjacentes do Cruzeiro Center”, detalhou o assessor especial da Subsecretaria de Gestão da Informação da SSP, Isângelo Senna.
“Os participantes puderam colocar os conceitos e a teoria em prática nesses locais, que foram observados e avaliados. Além disso, os relatórios feitos pelos agentes irão subsidiar as ações do governo para melhorar a sensação de segurança nesses espaços”, complementou Senna.
O subsecretário de Escolas de Gestão Compartilhada da SSP, Alexandre Lima Ferro, participou do curso e, segundo ele, as estratégias serão adotadas para promover a segurança na comunidade escolar: “Nós queremos levar mais segurança para as escolas públicas do DF. Essa ação foi muito bem-vinda e a SSP está de parabéns pelo curso”.