Brasília sedia, a partir desta quarta-feira (26), a maior mobilização indígena do Brasil, o Acampamento Terra Livre (ATL). O foco desta ação, que vai até sexta-feira (28), é a defesa da demarcação das terras indígenas e do fim da emergência climática provocada pelo aquecimento global. Nesta quinta (27), o evento vai promover debate, às 18h, no Museu dos Povos Indígenas, sobre ecocídio, termo que designa a destruição em larga escala do meio ambiente.
Ele representa uma nova tipificação de crime contra a humanidade e, sobretudo, contra o planeta. O ecocídio já conta, desde 2021, com uma definição jurídica, representada pelo Tribunal Penal Internacional (TPI), para criar efeitos concretos na legislação.
“O reconhecimento desse crime é uma exigência dos povos indígenas. Hoje, muitos países estão se mobilizando em relação a essa questão. Queremos fortalecer as alianças entre os povos, iniciando discussões sobre esse assunto”, explicou a organizadora do evento, Avril Julienne.
O debate será proferido em português e inglês, com a possibilidade de um tradutor simultâneo. O evento é aberto ao público e gratuito.“Também haverá conversas com o ex-presidente da Funai [Fundação Nacional dos Povos Indígenas], Sydney Possuelo. Aqui é o lugar ideal para que sejam discutidas essas questões”, afirmou o gerente do Museu dos Povos Indígenas, David Terena.
O evento é uma parceria do Governo do Distrito Federal (GDF) com as organizações Amazon Planet, Stop Ecocide International e Leopold III Fund — gerida pela princesa Esmeralda, da Bélgica. No ano passado, o ATL reuniu, também na capital federal, mais de 8 mil indígenas, de 100 etnias diferentes das diversas regiões do país.