O Centro de Atenção Psicossocial II (Caps) do Paranoá recebeu representantes da Fiocruz do Rio de Janeiro com interesse em conhecer atividades de economia solidária desenvolvidas na região. Representantes do laboratório de estudos e pesquisas em saúde mental e atenção psicossocial da instituição buscam propor parcerias com a Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES) visando fomentar, entre outras coisas, programas de geração de renda desenvolvidos nos Caps.
Em encontro realizado no dia 5 deste mês, os profissionais da Fiocruz tiveram a oportunidade de conhecer dois dos programas desenvolvidos no Caps: a ecolavagem e a horta. De acordo com Paulo Cândido, enfermeiro e um dos coordenadores do projeto de lavagem de carros, a iniciativa trabalha em cima de três eixos: terapia, geração de renda e sustentabilidade. “Entendemos que o serviço oferecido é uma forma de darmos protagonismo para essas pessoas e também uma oportunidade de incluí-las no mercado de trabalho”, explica o profissional.
A lavagem é feita com produtos naturais à base de copaíba, com a utilização de três panos: um para remover a poeira, o segundo para aplicação do produto e o terceiro para finalização. “A água utilizada está apenas na diluição do produto. Por isso, a lavagem é ecológica. O desperdício é mínimo”, detalha Antonio Carlos Nunes, psicólogo e também responsável pela iniciativa. A renda obtida é distribuída entre seis usuários que se revezam na lavagem dos carros.
A equipe carioca também conheceu a horta terapêutica do Caps. O espaço já tem mais de um ano de funcionamento e vem crescendo a cada dia. Hortaliças, frutas e ervas são cultivadas e mantidas pelos pacientes do Caps supervisionados pela equipe do centro.
O psicólogo Claudio Huguet atribui a convivência mais próxima da natureza como uma forma muito positiva de tratamento. “Além do trato com a terra, também sentamos em rodas de bate-papo em que tentamos extrapolar as experiências da horta para a vida. É enriquecedor observar essa interação”, avalia o profissional.
A horta é agroecológica e conta com a parceria da Emater-DF e do Ceasa, com a doação de adubo de frango e mudas, respectivamente. A produção é vendida e a renda é distribuída para os pacientes.
Para a diretora de serviços de saúde mental da SES, Vanessa Soublin, é importante fortalecer as parcerias entre instituições visando o bem-estar do usuário do sistema. “A presença dos parceiros da Fiocruz nos mostra que estamos caminhando juntos na melhoria dos serviços de saúde mental, com o fomento da economia solidária e geração de renda e qualificação de servidores e usuários para potencializar esses serviços”, comemora a profissional.
O Caps II do Paranoá atende pacientes maiores de 18 anos, portadores de transtornos mentais. Ele fica localizado na área do Hospital da Região Leste e faz acolhimentos diários ou por indicação da equipe de Saúde da Família.
*Com informações da Secretaria de Saúde