O programa Vizinhança Solidária (PVS) existe desde 2018, de acordo com a Lei nº 16.771, e tem como principal objetivo facilitar a comunicação voluntária e aumentar a sensação de segurança da população. No estado de São Paulo, 316 municípios contam com 4,7 mil grupos ativos que participam das reuniões e ajudam a aumentar o monitoramento, prevenindo que crimes aconteçam nas regiões.
Para fazer parte do programa, é preciso ir até uma base da Polícia Militar e reunir os moradores da vizinhança para que a instituição faça o cadastro. O programa conta com um tutor de cada região, inserido em um grupo de mensagens com os vizinhos, que ajudam a monitorar as ruas e outro com os policiais que vão ao local quando são chamados.
A tutora Samira da Silva trabalha como terapeuta e faz parte do programa desde 2021. Ela é uma das moradoras que incentivaram a implementação do projeto na Vila Anhanguera, em Mongaguá, no litoral paulista. “Ano passado, a minha vizinha ligou, dizendo que o alarme da casa dela tinha disparado e que por meio das câmeras ela viu dois suspeitos que tentavam roubar materiais de construção e fios de energia. Eu imediatamente avisei aos policiais, que encontraram e prenderam um dos homens ainda na casa”, disse. “É importante que a polícia seja acionada antes que o criminoso possa agir”, completou.
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A ideia do projeto surgiu em 2009, inspirado por um modelo de segurança internacional da Inglaterra, e passou a ser implantada em 2012 no bairro Itaim Bibi, na zona oeste da capital paulista.
A cada três meses, reuniões são feitas para discutir as ações que podem ser adotadas e para que os PMs fiquem informados sobre o que mais pode ser feito para melhorar o policiamento. A iniciativa aproxima a população da Polícia Militar e cria uma rede de apoio. Placas com o símbolo do programa e câmeras de segurança são instaladas pelos moradores para identificar onde o projeto está ativo, o que ajuda a aumenta a sensação de segurança da comunidade.
O cabo Marcio Ferreira está na PM há 23 anos e trabalha desde 2019 no programa. Hoje, ele já é responsável pela administração de 12 grupos. “A troca de informações com a população faz com que a gente aja de forma mais rápida, frustrando a ação criminosa”, observou. “Conhecer os moradores e permitir que eles nos ajudem com informações das câmeras de segurança auxilia muito nas apreensões. É uma ótima iniciativa que aumenta a sensação de segurança.”
A ação também ajuda a população nas denúncias sobre falta de iluminação, terrenos baldios, buracos nas ruas, imóveis ou veículos abandonados.