Parte das festividades do São João ou Festa Junina, como é conhecida popularmente, os fogos de artifício e fogueiras também estão associados aos casos de acidentes durante as comemorações. Apesar de embelezar a celebração, os artefatos podem ser perigosos se utilizados inadequadamente. No estado, somente em 2022, foram registrados 44 atendimentos hospitalares por acidentes com fogos de artifícios e, em 2023, 63 casos, representando aumento de 43%.
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Referência no atendimento a pessoas queimadas em todo o estado, o Hospital Geral de São Mateus, unidade da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo (SES-SP), recebeu em 2022 750 pacientes em atendimentos ambulatoriais por acidentes com calor e fogo , além de 43 internações. Já em 2023, os números foram ainda maiores, registrando 765 atendimentos e 84 internações.
Os acidentes causados pelos fogos de artifício e fogueiras provocam desde lesões auditivas e visuais até queimaduras que atingem, muitas vezes, grandes extensões das superfícies corporais, causando danos e levando à necessidade de tratamento médico com hospitalização.
“Os fogos de artifício podem trazer ainda mais agravantes para além das queimaduras, como as mutilações dos membros ou até morte em alguns casos”, alerta o responsável técnico do Centro de Queimados do Hospital Geral de São Mateus, Ariosvaldo Diniz Florentino.
O especialista recomenda que somente pessoas com experiência façam manuseio dos artefatos. Além disso, é aconselhável manter distância para evitar acidentes, sobretudo na hora de acender fogueiras. “Bebidas típicas da festa junina, como o vinho quente e quentão, são inflamáveis por conta do álcool na composição e a proximidade com as fogueiras pode ocasionar acidentes”, explica o médico.
Em casos de acidente, é importante que a área lesada seja lavada imediatamente em água corrente, em temperatura ambiente, entre 15 a 20 minutos e, logo após, o paciente seja levado até uma unidade de pronto atendimento. Não é recomendado a aplicação de receitas caseiras para o tratamento da queimadura.
A atenção com os pequenos também deve ser redobrada. É importante orientá-los a evitar pular fogueiras, não lançar as famosas “biribinhas” próximo ao material em chamas, não manusear fogos de artifício, além de evitar segurá-los e brincar com o copo de bebida alcoólica na mão.
No caso dos idosos, é importante se certificar de que eles estejam aptos a manusear os artefatos ou até mesmo bebidas quentes, pois as queimaduras e sequelas podem ser ainda mais graves na terceira idade e em crianças.
Vale ressaltar que é proibido pelo Governo do Estado, com base na Lei 17.389/21, a utilização de fogos perto de crianças, idosos e animais de estimação, que possuem maior sensibilidade ao barulho gerado durante a queima. A proposta autoriza, no entanto, a comercialização e manuseio dos fogos de vista, que produzem efeito visual sem ruídos.
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