O senador Marcos do Val (Podemos-ES) afirmou, em pronunciamento nesta segunda-feira (4), ter sido inserido de forma “totalmente parcial” em inquérito que investiga os atos de vandalismo contra as sedes dos três Poderes em 8 de janeiro. O parlamentar criticou o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e afirmou que é preciso “trabalhar por um país livre, democrático e justo”.
— Não podemos deixar que atitudes extremistas de um único membro do outro Poder, do STF, impeçam o livre exercício das nossas funções, positivadas e fartamente fundamentadas na nossa Constituição. Ele, simplesmente por eu ter dito quem poderia ter prevaricado (porque cabe a nós a fiscalização e o controle dos Poderes), me imputou um crime de injúria e difamação. [..] Então, o inquérito, basicamente, é todo em cima da minha denúncia contra o [ministro da Justiça] Flávio Dino ter prevaricado em janeiro.
Marcos do Val também condenou a operação de busca e apreensão da Polícia Federal em seus endereços, por causa, segundo ele, de suasdenúncias. Elequestionou o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, por ter permitido que a PF “invadisse” seu gabinete.
— Sem embasamento nenhum, invadiram a minha casa, meu gabinete, na tentativa de achar algo, algo ilegal, dinheiro ilegal, dinheiro escondido, armas ilegais. Não acharam absolutamente nada. Minha vida sempre foi extremamente correta. […] Nada levaram, a não ser documentos e ofícios: eu solicitando ao STF, solicitando ao Congresso, solicitando à PGR [Procuradoria-Geral da República] explicações sobre o dia 8. Foi isso que eles levaram.
Ainda segundo Marcos do Val, 32 senadores assinaram um requerimento solicitando que a Presidência do Senado exija do STF o pleno cumprimento das normas constitucionais que garantem a inviolabilidade dos mandatos parlamentares, conforme dispõe a Constituição federal.