Sociedade Políticas
Número de pessoas que consumiram drogas cresce 23%
Relatório Mundial sobre Drogas de 2023, afirma que o número de pessoas que consumiu algum tipo de drogas nos últimos 10 anos subiu 23% em relação a...
11/08/2023 08h41
Por: Jornal Alternativa Fonte: Agência Dino
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Divulgado pelo Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC), o Relatório Mundial sobre Drogas 2023, apontou um acréscimo de 23% no número de pessoas que consumiram drogas nos últimos dez anos em comparação com a década anterior. O estudo também mostrou dados sobre o número de pessoas que sofreram algum tipo de transtorno associado ao uso de drogas. Os dados mostram que a quantidade de pessoas que sofreram transtorno por causa de algum tipo de droga subiu para 39,5 milhões, um aumento de 45% em 10 anos. O relatório afirma que a disseminação de substâncias ilícitas, que persiste em atingir patamares sem precedentes, juntamente com as redes de tráfico que se tornam cada vez mais ágeis, está intensificando as convergentes crises globais e colocando à prova os sistemas de saúde e os esforços de aplicação da lei.

Segundo o relatório European Drug Report 2023: Trends and Developments publicado pela European Monitoring Centre for Drugs and Drug Addiction (EMCDDA), as pessoas estão sendo expostas "a uma gama mais ampla de substâncias psicoativas". O relatório mostrou dados, principalmente entre os países do sudeste da Ásia. De 2011 a 2021, segundo o relatório, os aumentos da apreensão de drogas na União Europeia foram: cocaína (416%), cannabis (260%), metanfetamina (135%), heroína (126%), MDMA (123%), resina de cannabis (77%) e anfetamina (42%).

Ainda sobre o estudo divulgado, a diretora-executiva do UNODC, Ghada Waly, afirmou: "estamos observando um aumento contínuo no número de pessoas que sofrem de transtornos associados ao uso de drogas em todo o mundo, enquanto o tratamento não chega a todos de que dele necessitam. Além disso, precisamos intensificar as respostas às redes de tráfico de drogas que se aproveitam de conflitos e crises globais para expandir o cultivo e a produção de drogas ilícitas, sobretudo drogas sintéticas, abastecendo os mercados ilícitos e causando mais danos às pessoas e às comunidades".

Sobre o assunto, Miler Nunes Soares, médico psiquiatra e responsável pela Clínica de Recuperação em Mato Grosso Granjimmy, afirmou que considera o aumento de 18% no número de pessoas que injetaram algum tipo de droga na comparação com o ano de 2020 preocupante. Miler Nunes continuou dizendo que na Unidade do Centro de Reabilitação em Primavera do Leste, localizada em Mato Grosso, o número de pessoas que consomem drogas e que sofrem transtorno associado aumentou. “Um dos maiores desafios das autoridades é melhorar os processos relacionados à saúde pública e a informação correta sobre o perigo das drogas, para que dessa forma, as pessoas consigam tratamento adequado”.

O relatório ainda revela que o acesso ao direito à saúde ainda não é assegurado para muitos indivíduos que utilizam substâncias entorpecentes. Segundo o relatório, aproximadamente 86% da população mundial reside em nações com limitado acesso a analgésicos opiáceos (conforme regulamentado pela Convenção Única de 1961), predominando principalmente em países de recursos econômicos reduzidos e intermediários.

Em publicação realizada, o Relatório de Estratégia do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC) para 2021-2025 afirma que definiu como objetivo amplo, o avanço da principal missão do UNODC que é contribuir para a paz e segurança global, os direitos humanos e o desenvolvimento, tornando o mundo mais seguro contra as drogas, o crime, a corrupção e o terrorismo. Na publicação, foram definidos setores ou áreas de atuação para contribuir com o problema social das drogas e do crime no mundo. Com base no relatório do UNODC, verificou-se que o trabalho para 2021-2025 será implantado através de métodos inovadores, alavancando novas tecnologias e criando uma cultura organizacional baseada na confiança, respeito e responsabilidade. No documento encontram-se cinco pontos principais, que podem ser analisados.