Durante o período da amamentação, a mulher, assim como na gravidez, precisa tomar cuidado com o que consome, seja alimentos, bebidas ou produtos, como cosméticos, pois as substâncias chegam ao bebê por meio do leite materno. No Agosto Dourado , mês da campanha que incentiva o aleitamento, a Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF) divulga orientações importantes.
Durante a amamentação, a atividade metabólica da mulher aumenta e ela gasta mais calorias. Referência técnica distrital (RTD) e colaboradora em ginecologia, a médica Fabyanne Mazutti recomenda o consumo de proteínas, como carnes magras, ovos e leguminosas, e indica a ingestão de fibras, que proporcionam saciedade, além de carboidratos integrais e verduras, frutas e legumes.
Durante a amamentação, alerta ela, deve ser redobrado o cuidado com o uso de qualquer medicamento. “Converse com seu médico”, aponta Fabyanne. “Pergunte sobre tudo, não use nenhum medicamento sem orientação. No caso de cremes e outros cosméticos, também é preciso ter cuidado. É natural que a mulher queira elevar sua autoestima e busque recursos cosméticos ou estéticos – por isso, é importante consultar o médico”.
Vacinas em dia
A amamentação é uma forma de ligação direta entre mãe e filho, portanto, é importante que ela esteja em dia com a saúde e que o calendário de vacinas esteja completo. “O leite materno é importante justamente porque carrega um grande repertório de anticorpos, acumulados ao longo da vida da gestante”, explica a médica.
Inclusive para quem amamenta, ela reforça que as vacinas são seguras: “A vacina contra a covid-19, por exemplo, que é uma dúvida de muitas mães, é aplicada em lactantes desde que elas foram aprovadas ao redor do mundo. O que a gente observa é que são tão seguras quanto para qualquer outra mulher, não há nenhum risco específico envolvendo lactantes que passaram do período do puerpério”.
Benefícios
Além de essencial para o bebê, amamentar também é bom para a saúde da mulher, pois reduz o sangramento pós-parto e diminui as chances de desenvolver câncer de mama e de ovário, diabetes e infarto do coração. A amamentação ainda ajuda a eliminar o peso ganho durante a gravidez.
Para se preparar para a amamentação, lembra Fabyanne, é fundamental ter informações ainda na gestação. “O Sistema Único de Saúde [SUS] oferece um pré-natal de qualidade, com uma equipe multiprofissional que conversa com a família gestante – afinal, a responsabilidade não é só da gestante –, e a prepara para as demandas que vão chegar junto com o bebê”, pontua.
Veja, abaixo, as principais dicas para a amamentação.
? A amamentação não deve doer e nem machucar o peito. Se está machucando, é importante procurar ajuda em uma unidade básica de saúde (UBS) ou em um Banco de Leite Humano;
? Ofereça somente leite materno até os 6 meses de vida do bebê. Não dê água, chás, outros leites ou qualquer outro alimento nesse período;
? O leite materno nunca é fraco, sendo sempre adequado ao desenvolvimento do bebê. Nos primeiros dias, a produção é pequena, e esse leite, chamado de colostro, tem alto valor nutritivo, suficiente para atender às necessidades do bebê;
? Nos primeiros meses, o bebê ainda não tem horário para se alimentar – portanto, deve mamar sempre que quiser;
? A pílula contraceptiva só pode ser administrada 40 dias após o nascimento da criança. Deve-se ter atenção à composição do medicamento, pois nem todos são liberados durante a amamentação;
? Encontre um lugar reservado em casa, tire o sutiã e tome sol nos seios. Os médicos indicam uma exposição de dez minutos por dia. O horário ideal é entre as 8h e 10h ou entre as 15h e as 16h;
? Evite sutiãs ou cintos de seguranças que comprimam muito a mama, pois a pressão favorece a retenção láctea;
? Não use medicamentos sem prescrição de um médico. Alguns podem interferir na amamentação. Também é preciso ter cuidado com produtos cosméticos, inclusive protetor solar, e verificar se o uso é indicado;
? Não é recomendado fazer dietas restritivas para emagrecimento. A mulher que amamenta precisa ter uma alimentação saudável;
? Não consuma bebidas alcoólicas e cigarros.
*Com informações da Secretaria de Saúde