Um dos festivais mais tradicionais de Brasília, o Favela Sounds começou a aquecer o público para a realização da sétima edição, que será de 28 de agosto a 2 de setembro, no Museu Nacional da República. Três semanas antes do início do evento, o público poderá participar de oficinas formativas gratuitas e online sobre a narrativa periférica. As inscrições estão abertas pelo site até 1º de agosto.
“Ao longo do mês de agosto, vamos realizar essas oficinas. A escolha, por ser online, é para ampliar para mais pessoas, inclusive, de fora de Brasília”, revela um dos idealizadores doFavela Sounds, Guilherme Tavares. Segundo ele, as atividades serão norteadas pelo tema deste ano do festival:As muitas formas de narrar. “Estamos nos aproximando de criadores de narrativas de periferia para que possamos habilitar os participantes às expressões e linguagens próprias de narrar”, completa.
As oficinas serão ministradas por três convidados: o jornalista e pesquisador pernambucano GG Albuquerque, que atuará de 8 a 12 de agosto, das 18h às 21h; o ator, diretor e roteirista baiano Thiago Almasy, com aulas de 14 e 18 de agosto, das 18h às 21h; e a escritora paulista Juliana Borges, que fará as ações de 21 a 25 de agosto, das 18h30 às 21h30.
“Começamos com o GG Albuquerque, que é muito ligado ao brega funk mas tem desenvolvido uma pesquisa multirreferenciada na música das periferias. Na segunda semana, vamos trabalhar com o Thiago, que vai apresentar uma metodologia disruptiva do audiovisual com roteiros para web e redes sociais. E terminamos com a Juliana Borges, para soltar a escrita dos participantes no sentido de trazer as realidades, por mais intensas que sejam, para esse processo narrativo”, explica Tavares.
A atividade integra a programação doFavela Sounds,que ocorre com patrocínio do Fundo de Apoio à Cultura (FAC). O evento foi contemplado com o Edital Brasília Multicultural II de 2021. O festival recebeu R$ 1,4 milhão para realizar as edições de 2022 e 2023 e atividades entre os anos.
“Foi legal porque tivemos como contemplar essa jornada com atividade ao longo de anos inteiros. Também nos permitiu a possibilidade de manter uma campanha de conteúdo digital permanente. Graças ao recurso do FAC que a gente conseguiu fazer essa ação continuada mesmo, que permite que o projeto cresça, apareça para fora e traga ativos turísticos para a cidade”, analisa o produtor cultural.
Programação
Oficinas formativas/Inscrições
– Estéticas e escutas periféricas , com GG Albuquerque (8 – 12 de agosto, das 18h às 21h). A oficina aborda a música produzida nas quebradas do Brasil com um olhar que combina crítica de arte, sociologia, filosofia, musicologia e comunicação. GG Albuquerque é jornalista, pesquisador e doutorando em Estéticas e Culturas da Imagem e do Som pela Universidade Federal de Pernambuco. Está à frente das páginas/blogs Volume Morto e Portal Embrazado.
– Criação de roteiros para o audiovisual na web , com Thiago Almasy (14 – 18 de agosto, das 18h às 21h). A oficina apresenta estratégias de desenvolvimento de roteiro para a web, tendo como foco diferentes plataformas e narrativas que potencializam o que se quer comunicar. O aprendizado é baseado na experiência do ator, roteirista e diretor baiano Thiago Almasy, criador do canal Na Rédea Curta, projeto transmidiático do YouTube.
– Entre a literatura e a luta: narrativas para os novos futuros , com Juliana Borges (21 – 25 de agosto, das 18h30 às 21h30). A oficina apresenta processos narrativos que estimulam o engajamento em pautas fundamentais para a construção de futuros mais justos e equânimes. Juliana Borges é escritora, ensaísta e livreira graduada em Letras, especialista em política criminal, segurança pública, relações raciais e gênero. Autora dos livrosEncarceramento em Massa(2019, Coleção Feminismos Plurais) ePrisões: espelhos de nós(2020, Todavia).
Festival
De 28 de agosto a 2 de setembro, no Museu Nacional da República, com programação de shows, oficinas e debates. Entrada franca