Utilizado pioneiramente no Hospital Regional de Santa Maria (HRSM), segunda maior unidade do Distrito Federal, o sistema de rastreabilidade dos medicamentos prescritos aos pacientes será ampliado para outras unidades da rede pública. O anúncio foi feito pela governadora em exercício Celina Leão durante visita ao local.
Em fase de testes, o sistema mapeia e gera o histórico de cada posição do medicamento, desde a origem até o consumidor final. Ele permite, por exemplo, ao médico saber o que o paciente tomou, a que horas tomou, a quantidade e onde. Somente no Hospital Regional de Santa Maria, cerca de 11 mil pessoas serão beneficiadas mensalmente pela plataforma, que em breve estará disponível no Hospital de Base e nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs).
“Esse é o tipo de gestão técnica que nós queremos na área da saúde. É a garantia de que não vai faltar medicamento, de que nós não vamos perder o medicamento por prazo de validade”Celina Leão, governadora em exercício
“Esse é o tipo de gestão técnica que nós queremos na área da saúde. É a garantia de que não vai faltar medicamento, de que nós não vamos perder o medicamento por prazo de validade. Essa experiência, que já começa hoje no Hospital de Santa Maria, tem determinação de ser expandida para todos os hospitais – o próximo será o Hospital de Base. E aí nós vamos ter uma diminuição das compras emergenciais por falta de medicamento. É usar as ferramentas de tecnologia a favor da população”, afirmou a governadora em exercício Celina Leão.
Responsável pela administração do Hospital de Santa Maria, o Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (IgesDF) disse que o sistema vai permitir a redução de estoques, a programação de compras e rastrear toda a cadeia de suprimentos. O projeto começou pela UTI Adulto, Centro Obstétrico e Unidade de Cuidado Intensivo Neonatal (Ucin).
A medida também é prevista em protocolos de saúde, conforme explica o presidente do IgesDF, Juracy Cavalcante Lacerda Júnior. “Quando a gente fala em metas internacionais de segurança do paciente, a terceira delas é a segurança da medicação. Então, a rastreabilidade vem no rol do novo modelo de gestão pautado na governança clínica. A ideia é garantir que o medicamento que sai da farmácia vá ser ministrado de maneira correta ao paciente”, detalhou o presidente. “Perda de medicamentos por validade pode acontecer em todos os hospitais. A gente quer controlar isso para otimizar a gestão, para gerar uma economicidade aos cofres públicos”, acrescentou.
“A rastreabilidade vem no rol do novo modelo de gestão pautado na governança clínica. A ideia é garantir que o medicamento que sai da farmácia vá ser ministrado de maneira correta ao paciente”Juracy Cavalcante Lacerda Junior, presidente do IgesDF
O HRSM é o segundo maior hospital do DF, atrás apenas do Hospital de Base, e dispõe de 384 leitos, sendo 60 de UTI. O centro hospitalar conta com unidades de terapia intensiva (UTI) Adulto e de Neonatologia, além de Unidade de Cuidados Intermediários para Recém-Nascido (UCIN) e Unidade de Cuidados Prolongados (UCP).
“Temos como atendimento de porta, em média, dez mil atendimentos por mês. A internação clínica alcança 900 a 950 internações. Todo esse número mensal vamos garantir a rastreabilidade dos medicamentos”, pontuou a superintendente do hospital, Eliane Souza de Abreu.
Presente na visita ao HRSM, a secretária de Saúde, Lucilene Florêncio, revelou que uma pesquisa feita pela Secretaria de Saúde apontou uma satisfação dos colaboradores com a unidade e o desejo de permanência no local. “Há um desejo do trabalhador da rede de permanecer em Santa Maria. Isso nos traz a reflexão de que o trabalhador não quer sair deste equipamento público porque aqui se oferta uma saúde de excelência, de qualidade e de comprometimento”, avaliou.
Novos equipamentos
No início deste mês, foi inaugurada uma sala especializada e equipada com o primeiro tomógrafo odontológico da rede pública. A odontologia do HRSM é, inclusive, destaque no atendimento a pacientes com transtorno do espectro autista (TEA), tanto em nível ambulatorial, por meio do Centro de Especialidades Odontológicas (CEO) , quanto em nível hospitalar, com atendimento no centro cirúrgico com anestesia geral.
Dados do Ministério da Saúde sobre procedimentos em centro cirúrgico a pacientes com deficiência, apontam que o hospital registrou mais de 50% dos atendimentos feitos pela rede pública e privada do DF nos últimos quatro anos.